"Num vai não!"

Líder do Comando Vermelho em Goiás pede soltura à Justiça

Considerado o líder da facção carioca no Estado de Goiás, Andrézinho, como é conhecido, impetrou, nesta semana, pedido de habeas corpus

O líder do Comando Vermelho em Goiás, André Luiz de Oliveira Lima, de 37 anos, o Andrezinho, quer ser solto. A defesa do homem, que cumpre vários mandados de prisão no Núcleo de Custódia, em Aparecida de Goiânia, impetrou dois habeas corpus na última semana. A Justiça ainda não decidiu sobre os casos.

“Fizemos os pedidos na semana passada, e estamos aguardando a decisão da Justiça. São pedidos sobre a pena dele, sobre o tempo de cumprimento”, disse o advogado Emerson Thadeu Vita, que evitou entrar em detalhes sobre, inclusive, o conteúdo e as justificativas feitas nos autos processuais. O defensor disse que aguarda a decisão, que pode acontecer a qualquer momento.

As solicitações estão na 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Goiás. A decisão deverá ser tomada pela desembargadora Carmecy Rosa Maria Alves de Oliveira. Dois habeas corpus foram protocolados na Justiça. Um deles, no dia 4 de fevereiro, teve pedido de juntada de processo para que a magistrada tenha mais informações sobre o que foi pedido inicialmente. No dia 7 de fevereiro a defesa protocolou outro pedido, que já tem os autos conclusos, mas ainda segue sem decisão.

No entanto, o advogado Emerson Vita é claro ao informar que, mesmo com as decisões, o cliente ainda não pode ser solto. “Ele está preso em cumprimento a mais de dois mandados de prisão. Ainda que estas duas situações atuais sejam atendidas, ele seguirá preso para cumprir as determinações judiciais”, disse.

PRISÃO
A prisão dele aconteceu no dia 28 de fevereiro de 2018, após fugir do presídio de Aparecida de Goiânia. Ele levava uma vida normal em Balneário Camburiú, Santa Catarina. Desde 2015, André Luiz é um dos criminosos mais procurados pelas autoridades de Goiás. Ele é o líder do Comando Vermelho (CV) no Estado e, mesmo de longe, mandava em uma ala da Penitenciária Odenir Guimarães (POG).

FINANCEIRO
Era fevereiro de 2014, quando Andrezinho e Stephan de Souza, o BH — outro criminoso do Comando Vermelho, preso em janeiro desse ano, após fugir pela porta da frente do Semiaberto de Aparecida de Goiânia — foram presos. A Operação Poderoso Chefão, desencadeada pela Delegacia Estadual de Repressão ao Narcotráfico (Denarc), comandada pelo delegado Odair José Soares (atual delegado geral da PCGO), prendeu os dois líderes, mais dois homens e uma mulher, em um apartamento do Parque Amazônia, em Goiânia.

Stephan de Souza, o BH, outro dos aliados de Andrezinho no Comando Vermelho (Foto: Reprodução / TV Anhanguera)
Stephan de Souza, o BH, outro dos aliados de Andrezinho no Comando Vermelho (Foto: Reprodução / TV Anhanguera)

Na ação policial, 14 armas, além de cocaína, material para o refino e droga em processo de refino foram apreendidos. “É igualzinho o nosso (da Polícia Civil)”, disse o delegado Odair José Soares, na época, surpreendido ao encontrar um dos fuzis israelenses e submetralhadoras americanas, além de várias pistolas, escondidos entre os móveis do apartamento.

Delegado Odair Soares, em 2014, durante operação que prendeu líder do Comando Vermelho (Foto: Reprodução / TV Anhanguera)
Delegado Odair Soares, em 2014, durante operação que prendeu líder do Comando Vermelho (Foto: Reprodução / TV Anhanguera)

O grupo, à época, movimentava cerca de R$ 2 milhões por mês. Para a quadrilha, chegavam, todos os meses, mais de 200 quilos de pasta base para refino da droga e comercialização no tráfico. O grupo tinha 42 pontos de venda de drogas em Goiânia em 2014.