Lista da Forbes inclui goianos que atingiram sucesso profissional antes dos 30
Desde 2014, a revista seleciona 90 jovens de destaque, em 15 categorias, por suas atuações em diferentes setores
A empreendedora rio-verdense Nathália Secco, de 28 anos, e o médico radiologista goianense Pedro Miranda, de 30, estão entre os 90 jovens brasileiros selecionados pela revista Forbes por ser referência em seus segmentos profissionais. Pedro e Nathália dividem as páginas da revista com personalidades como a cantora Manu Gavassi, a economista Nathalia Rodrigues (conhecida como Nath Finanças) e o atacante Richarlison, da seleção brasileira de futebol.
A lista foi elaborada a partir da opinião de líderes, especialistas e jornalistas da Forbes. A revista seleciona desde 2014 pessoas com 30 anos que estejam em destaque em 15 categorias, como: empreendedores, criadores, cientistas e atletas.
Música e Faustão
Filha de empresários e produtores rurais, Nathália fundou aos 28 anos a 1ª Aceleradora de Startups do Agronegócio no centro-oeste brasileiro. “Como mulher, sou a pioneira no Brasil e é um grande desafio liderar uma mulher, pois envolve diversas barreiras culturais, comportamentais, e de infraestrutura, dentro de um ecossistema tradicionalista”, diz Nathália.
A empreendedora, natural de Rio Verde, diz que a maior inspiração para o negócio foi a família. “Meu pai é um grande produtor e vivi rodeada de muita gente que passou a vida inteira se dedicando ao agro. Quando fui crescendo, percebi que o que nós fazíamos poderia ir além de apenas plantar e colher. Era preciso mais”, diz ela.
Engana-se quem pensa que a jovem sempre sonhou com o agronegócio. Nathália diz que uma de suas primeiras paixões foi a música. Ainda no auge da adolescência, com 14 anos, ela lançou um CD e videoclipe que teve lançamento nacional feito pelo programa Domingão do Faustão.
“Ainda na infância, junto com a vocação para a música, comecei a ter interesse pela tecnologia. Minha ideia é aproximar de fato os agricultores a todos os players de tecnologia”, explica Nathália.
O negócio
A empresa de Nathália é reconhecida pelo controle de ervas daninhas resistentes, feita com a ajuda de tecnologias, como inteligência artificial, machine learning e visão computacional. A Orchestra, empresa da jovem, disponibiliza aos produtores de Rio Verde sensoriamento remoto em grande escala, mapeamento de culturas e aplicações de herbicidas com uma taxa variável.
De acordo com pesquisas realizadas pela Hummingbird, esta tecnologia pode gerar uma economia de até 80% de herbicida, por um custo que varia de R$ 60 a R$110 por hectare. A longo prazo os custos podem ser até 200% menores.
“Existe muita tecnologia que não resolve as dores. O que fazemos é exatamente o contrário, vamos direto nas dores e tentamos solucioná-las. Mas, ainda falta no agronegócio brasileiro tecnologias que tragam segurança, transparência e sustentabilidade. Não podemos deixar que lá fora sejamos vistos de outra forma”, defenda ela.
Para Secco, Goiás é ‘com certeza’ um bom centro de inovação. “Temos diversos fatores a nosso favor, logística e histórico de produtividade. O maior desafio de todos tem sido construir um ecossistema em um grande centro agroindustrial do zero”, explica.
Pedro Miranda
Inspirado pelos livros e biografias, Pedro Miranda é referência em educação médica no Brasil, com reconhecimento internacional. Segundo ele, só está começando. “Tem muito a ser feito. O meu principal propósito é mudar a educação médica nesse país”, afirma Pedro.
Nascido e criado em Goiânia, Pedro é médico radiologista pelo Hospital das Clínicas da UFG. Atualmente, está à frente de vários projetos utilizando uma metodologia própria de ensino médico, que segundo ele, revoluciona o aprendizado.
“A educação médica no Brasil se encontra defasada. O que me move é tentar um melhor aprendizado e capacitação e consequentemente um melhor atendimento à população, salvando cada vez mais vidas”, afirma o médico.
Ciência e educação
Pedro foi mencionado na categoria de ciência e educação. Com um currículo com residência médica, mestrado e inúmeras publicações científicas, o médico afirma que também possui uma ‘veia’ para o empreendedorismo.
Em sua empresa, Pedro oferece um espaço moderno e tecnológico, com salas de estudos profissionais, coworking e um ecossistema de inovação completo, que abriga uma venture capital própria, para desenvolvimento de empresas de inovação em saúde.
Na opinião dele, outra razão que levou a revista a mencionar o seu trabalho foram as dificuldades e impactos causados pela pandemia de covid-19.
“A Forbes sempre teve uma pegada mais relacionada a números financeiros e impacto geral, acredito que eles me selecionaram como objetivo de “homenagear” todas as pessoas envolvidas no combate à pandemia”, diz ele.