SEM PAGAMENTO

Lixo toma conta de unidades de saúde de Goiânia após greve de profissionais da limpeza

Funcionários estão em greve desde o dia 12 de outubro por falta de pagamento. Unidades estão lotadas de lixo

Lixos e resíduos têm tomado conta de unidades de saúde de Goiânia após o início da greve de profissionais da limpeza. (Foto: reprodução)

Lixos e resíduos têm tomado conta de unidades de saúde de Goiânia após o início da greve de profissionais da limpeza. Cerca de 570 funcionários não recebem o salário há aproximadamente 30 dias e o vale alimentação há dois meses. A greve teve início no dia 12 de outubro e afeta Centros de Assistência Integrada Médico–Sanitárias (CIAMS), assim como Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da capital. Os locais funcionam apenas com 30% da capacidade com relação ao mencionado serviço.

Segundo Melquisedeque de Sousa, presidente do Sindicato dos empregados de empresas de asseio, conservação, limpeza pública e ambiental, coleta de lixo e similares do estado de Goiás (Seacons), o atraso dos salários é recorrente e ocorre há pelo menos dois anos. Tal setor é terceirizado e atualmente é de responsabilidade da empresa Loc Service.

“O sindicato já entrou com ação coletiva contra irregularidades cometidas pela empresa. A situação chegou ao extremo. A maioria dos servidores são mães solteiras e precisam do pagamento em dias”, disse.

De acordo com Melquisedeque, os funcionários reivindicam o pagamento do salário atrasado; vale alimentação; INSS e FGTS. “Muitos nem quiseram fazer a greve, mas como o pagamento prometido não foi efetuado não houve alternativa. Eles [servidores] só vão retornar integralmente quando receberem”, afirmou.

Lixo toma conta de unidades de saúde de Goiânia e profissionais denunciam descaso

Profissionais que atuam na UPA do Jardim América procuraram o Mais Goiás para denunciar o descaso na unidade de saúde. Uma servidora que preferiu não ser identificada disse que o local está infestado de lixo. “Os consultórios estão encharcados. O chão está sujo, os espaços estão fedidos e os banheiros estão impossíveis de serem usados”.

Ela diz que entende a situação, já que os funcionários da limpeza estão com os salários atrasados, mas afirma que a situação na unidade está insalubre. “Está triste. Já tem uns 15 dias que há muito lixo na UPA, mas na última semana piorou. Não tem condição de trabalhar ou receber pacientes”.

Conforme expõe a mulher, não há coleta de lixo no local e acompanhantes de pacientes passaram a fazer a limpeza dos quartos no último sábado (23). “Hoje mesmo quando chegamos para trabalhar havia vômito com sangue na unidade. A limpeza é um serviço essencial, que merece ser respeitado”, comentou.

Parentes de pacientes fazem a retirada do lixo na UPA do Jardim América. Foto: reprodução

Respostas

Por meio de nota, a Prefeitura de Goiânia disse que o pagamento da empresa Loc Service está sendo feito regularmente e dentro dos prazos contratuais. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) disse, ainda, que não é responsável pelo pagamento dos colaboradores da empresa, bem como obrigações trabalhistas e sindicais.

“A empresa já foi notificada várias vezes. Esclarece ainda que já foi publicado edital licitatório para contratação do serviço”, diz o texto.

A reportagem não conseguiu contato com a Loc Service. O espaço está aberto para manifestação.