Lojas nos shoppings abrem para faturar R$ 50 por dia, em São Paulo
Os corredores estão vazios e vendedores conversam entre si para passar o tempo, pois os…
Os corredores estão vazios e vendedores conversam entre si para passar o tempo, pois os shoppings de São Paulo estão abertos há um mês, mas continuam vazios. Os comerciantes ainda não conseguiram convencer o público consumidor a voltar a frequentar os estabelecimentos. O medo de contrair coronavírus (Covid-19) tem sido maior que o desejo de comprar.
Comerciantes dizem que as vendas estão 90% inferiores às de antes da pandemia. Mariane Sampaio, dona de duas chocolaterias em shoppings da capital paulista, conta que já abriu e fechou o caixa para um faturamento de R$ 50.
Jin Xiaoxiong, dono de uma rede de oito lojas de bijuterias, ficou sem fazer uma única venda por três dias em uma das lojas. “As vendas não estão cobrindo nem mesmo as despesas com funcionários”, conta o empresário
Na semana passada, os centros de compras passaram a operar por seis horas diárias na cidade. Porém mesmo depois da ampliação do horário de funcionamento dos shoppings, a situação continua preocupante.
Segundo Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), atualmente 375 shoppings, 65% do total devem estar abertos no Brasil. Em São Paulo são 132 centros comerciais abertos em 43 municípios.
“Estamos operando com prejuízo em todas as nossas 130 lojas, em 110 shoppings pelo Brasil. Do jeito que as coisas estão, vai haver uma quebradeira geral. É inevitável. Eu mesmo já fechei 36 lojas”, conta Tito Bessa Junior Jr., dono da rede de vestuário TNG.
Para Marcelo Feldman, da rede de vestuário feminino 18, os protocolos de abertura definidos pelos governos precisam ser repensados. “Em São Paulo, não faz sentido abrir às 16h para fechar às 22h. Depois das 20h não tem mais nenhuma alma viva nos shoppings ultimamente. Precisava abrir cedo, para pegar o horário de almoço, e fechar mais cedo” disse.
Estratégias
Para presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo (Ibevar), Claudio Felisoni de Angelo, o retorno das vendas não deve acontecer antes do fim do ano. Os comerciantes então tentam acessar os programas de crédito emergencial lançados pelo governo federal, como o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronamp).
Outra estratégia é a de negociar uma flexibilização dos pagamentos de aluguel e de condomínio cobrados pelas administradoras de shoppings.
Todavia, com os caixas vazios, os donos dos estabelecimentos relatam dificuldades em negociar com as administradoras dos shoppings uma flexibilização do aluguel e de taxas extras, como condomínio e fundo de propaganda.
“Não tem como pagar e os shoppings estão nos esmagando, querendo 50% e até 100% do aluguel”, afirma Tito Bessa, que além de dono da TNG é presidente da Associação Brasileira dos Lojistas Satélites (Ablos).
*Com informações do Estadão