PRESSÃO

Lojistas da 44 buscam diálogo com prefeito para reabertura

Plano dos lojistas é abrir pelo menos 30% do fluxo, com restrições a excursões e usos de medidas sanitárias. Governador adiantou que reabertura do polo ainda não é possível; Paço ainda não se manifestou

O decreto estadual nº 9.653, publicado no Diário Oficial do Estado, na madrugada desta segunda-feira (20) afrouxou as medidas de contenção para alguns tipos de comércio em Goiás. Entre eles, barbearias, óticas, serviços de assistência técnica, entre outros. Na avaliação de representantes do comércio da Região da Rua 44,  se trata de um avanço, mas ainda tímido. Com a autorização de que cada prefeitura pode estabelecer regras próprias para o funcionamento do comércio, lojistas goianienses se voltam para o Paço Municipal com o intuito de pressionar pela retomada de atividades não essenciais.

Para a categoria, o maior avanço obtido por meio do novo documento, trata justamente da divisão de responsabilidade do Estado com os municípios. A mencionada horizontalização das decisões está expressa no artigo 4 do decreto estadual, o qual concede o direito para que os municípios possam flexibilizar as medidas existentes, desde que sejam respaldadas por autoridades sanitárias locais.

Já sabendo do conteúdo do decreto, o presidente da Associação Empresarial da Região da 44 (AER44), Jairo Gomes, enviou ofício, ainda no sábado (18), para a prefeitura de Goiânia, através do secretário de administração Paulo Ortegal, para que haja afrouxamento das regras, permitindo abertura de lojas na Região da 44. No entanto, ainda não houve resposta do Paço.

“Do jeito que está não dá mais. A Região da 44 é a maior empregadora de Goiás, mas é formada, sobretudo, por micro e pequenos empresários”, diz. “Solicitamos junto ao governador uma linha de crédito especial, sem avalista, que deve correr na Assembleia Legislativa para que haja socorro. Já temos demissões e fechamento de algumas lojas”, lamenta.

Plano

O plano elaborado pelos comerciantes da 44 e encaminhado para o prefeito é para que haja restrições sobretudo das excursões, que ficarão proibidas até o pior da pandemia da Covid-19 passar. Com isso, o comércio da região trabalharia com apenas 30% do volume. Já que de 70 a 75% do público consumidor é advindo de outras cidades ou estados.

Entre as restrições, os comerciantes seriam obrigados a usar máscaras, com álcool gel nos corredores dos shoppings e galerias. Além disso, o plano é que haja desinfecção das 14 ruas que compõem o complexo lojista da região. A desinfecção também seria feita em cada loja, que teria a presença de no máximo um vendedor e atenderia um ou dois clientes por vez.

Abertura de empreendimentos

Mesmo com a flexibilização das atividades econômicas em algumas áreas, o comércio da região da Rua 44 ainda vai permanecer fechado pelas próximas semanas, sem prazo específico para ser reaberto. O governador Ronaldo Caiado (DEM) explicou, nesta segunda-feira (20), que ainda não é possível autorizar a retomada das ações, em virtude da quantidade de pessoas que circulam na região, oriunda de outros estados.

O governador disse que alguns empresários da região pediram que o comércio permanecesse fechado. Ele ressaltou que há uma preocupação com milhares de pessoas que vem de outros estados, locais de alta disseminação do coronavírus. “Se abrirmos o comércio da Rua 44 estaríamos jogando uma disseminação que em Goiânia ainda não chegou, que está em observação nossa para não deixar que o isolamento caia em Goiás”, afirmou o governador.

Entretanto, alguns empreendimentos previstos pelo decreto, como salões de beleza, escritórios de contabilidade e advocacia poderão ser abertos na Região da 44. No entanto, o número é muito pequeno quando comparado com a quantidade de lojas. Além disso, alguns empreendimentos, como os salões, atendem público muito específico que circula por lá durante as compras.

Bares e restaurantes 

Caiado reforçou que bares e restaurantes ainda devem permanecer fechados pelos próximos dias.

Futebol

Questionado sobre a autorização sobre a realização de jogos de futebol, ainda que sem torcida, o governador disse que ainda não há essa condição. O campeonato goiano de futebol está paralisado. “Não vejo essa condição da prática de esporte de competição, não se joga futebol com uso de máscara”, destacou Caiado.