Luiz Guilherme é condenado a mais de 30 anos pela morte da namorada e do pai dele
A sessão foi presidida pelo juiz Jesseir Coelho de Alcântara
Luiz Guilherme Elias Cavalcante foi condenado a 30 anos e 6 meses de reclusão pelos homicídios da namorada, Laiz Santiago, e do pai, Luiz Gonzaga, ocorridos no dia 25 de agosto de 2012. A sentença é do presidente do 1º Tribunal do Júri de Goiânia, juiz Jesseir Coelho de Alcântara, que seguiu condenação do conselho popular realizado nesta quarta-feira (19/11).
Como agravante ao duplo homicídio, os jurados consideraram que o acusado utilizou de meio cruel para matar as vítimas. Ambos os corpos apresentaram sinais de esgorjamento, ou seja, quando há um corte profundo na garganta, quase separando a cabeça do corpo da vítima. Os dedos do pai e da namorada estavam martelados. Havia também sinal de luta corporal nas vítimas e várias facadas pelo corpo.
Antissocial
O acusado chegou a confessar o crime, mas alegou que não se lembrava de nada, nem, sequer, de alguma discussão com as vítimas. Ele também não soube detalhar como foram mortos, nem o que fez após os homicídios. No depoimento, ele atribuiu a conduta ao uso de drogas e de álcool no dia do crime, que o deixaram “alucinado”. Por várias vezes, ele riu com deboche durante a oitiva das testemunhas e, mesmo diante do anúncio da sentença de condenação, transpareceu cinismo.
Ao fazer a dosagem da pena, o magistrado levou em consideração a atitude de frieza do réu. “A personalidade do réu é preocupante, pois demonstra frieza, quando, em juízo, falou sobre os fatos cometidos. Sua conduta social está fora dos padrões da normalidade, posto que mantém o costume de ingerir bebidas alcoólicas e fazer uso de entorpecentes. Ainda, o laudo psicológico atesta que o réu não tinha relação forte com pessoa alguma, caracterizando-se sua conduta antissocial”, afirmou o magistrado.
A defesa alegou que teria havido uma discussão entre pai e filho e que a namorada tentou intervir, e acabou morta. Contudo, para o Jesseir, a motivação do crime também não favorece o acusado. “O réu não demonstrou arrependimento, pelo contrário, após cometer o delito, ele ainda frequentou a casa com os corpos das vítimas, distribuindo facas no sofá e pichações nas paredes. O comportamento das vítimas não contribuiu para o desfecho dos fatos, pois Luiz Gonzaga era um bom pai para o réu, e Laiz mantinha um bom relacionamento com ele”.
Entenda o caso
Luiz Guilherme e Laiz namoravam havia cerca de um mês. No dia do crime, testemunhas viram os dois bebendo num bar, por volta das 22 horas, e afirmam que o rapaz estava bastante alterado, batendo na mesa e falando alto.
Cerca de 40 minutos depois, eles se dirigiram à casa dele, onde estava seu pai, Luiz Gonzaga de Souza Calvacante, e continuaram bebendo. Em seguida, Luiz Guilherme cometeu os homicídios.
No dia seguinte, a mãe de Laiz ligou para Luiz Guilherme à procura da filha, momento em que alegou tê-la deixado em um ponto de ônibus, para que fosse a uma festa na cidade de Trindade. Desconfiada, a mãe da vítima pediu que seu ex-marido fosse até a casa do namorado da filha para verificar a situação. Ao chegar no local e encontrar o portão aberto, o homem acionou a polícia, que chegou minutos depois e encontrou os dois corpos.
Alguns repórteres que estavam no local informaram aos policiais que Luiz Guilherme havia publicado, em uma rede social, mensagens que levavam a crer que ele era o autor do crime. A polícia, então, patrulhou a região e prendeu o acusado no dia 28 de agosto, numa mata perto de Senador Canedo.