Mãe confessa ter agredido e provocado morte de filha em Santa Rita do Araguaia
Anteriormente, o padrasto da criança havia assumido a autoria das agressões. Contudo, a mulher confessou no desenrolar das investigações
Após a conclusão da investigação da Polícia Civil (PC), uma reviravolta na morte de Emanuelly, de apenas um ano, em Santa Rita do Araguaia, no último dia 19, chamou a atenção da polícia. A mãe, que anteriormente não tinha participação no crime, acabou confessando para os policiais que agrediu a filha. Na ocasião, o padrasto da menina, Gabriel Felizardo Silva, 21, foi preso por assumir o crime.
Contudo, após a conclusão da investigação, ficou comprovado que ele não teve participação na morte da criança. Com o novo desfecho para o crime, o advogado de Gabriel já solicitou a revogação da prisão preventiva.
No dia do homicídio, o jovem alegou que confraternizava com uma prima em casa enquanto a mãe da criança havia dormido. Mais tarde, ele saiu da residência para deixar a prima em casa e, quando retornou, encontrou a garota chorando na sala. Gabriel afirmou ter tentado colocar Emanuelly para dormir, mas, como ela não quis, passou a agredi-la.
A menor foi atendida em uma unidade de saúde em Alto Araguaia e, posteriormente, precisou ser transferida para Rondonópolis, no Mato Grosso, onde morreu após chegar ao hospital.
Reviravolta
Mesmo com a confissão de Gabriel, os policiais suspeitavam de outra participação no crime e continuaram as investigações de forma sigilosa. Desde o dia 19, testemunhas foram ouvidas, além dos exames médicos e laudos cadavéricos terem sidos analisados.
Na segunda-feira (29), a mãe da vítima, Jaqueline Vieira, foi intimada para um novo interrogatório.Ela estava sem advogado e foi na companhia de um irmão. “Ela confessou que Gabriel não teve participação nas agressões. Ela relata que bateu a cabeça da criança contra a parede duas vezes: no quarto da criança e no quarto dela, onde a criança estava deitada. Quando Gabriel chegou da casa da prima, a enteada já estava desacordada”, explica Marcos Guerini.
Segundo o delegado, a mãe alegou que não tinha a intenção de causar a morte da filha e nem de machucá-la. “Afirmou que estava nervosa com questões familiares e que o óbito foi resultado de um acidente”, afirma Guerini. Em relação à confissão de Gabriel, o delegado explica que o jovem alega ter assumido a autoria porque achava que Jaqueline estava grávida e não queria que ela fosse presa. Por outro lado, a mulher ressaltou não esperar nenhum filho de Gabriel.
Marcos afirma que não pediu a prisão preventiva da suspeita, uma vez que ela se prontificou a ir na delegacia, mesmo morando em Mato Grosso, durante o andamento das investigações, além de ter indícios de que não vai cometer um novo crime.
O inquérito foi encaminhado para o Fórum que vai analisar a necessidade de prisão provisória. Ela será indiciada por homicídio qualificado com aumento de pena por dificultar a defesa da vítima e por ser descendente. A pena pode chegar a 30 anos de prisão. Já Gabriel, vai responder por autoacusação falsa, cuja a pena é de dois anos.