Crueldade

Mãe de criança assassinada pelo padrasto é indiciada por homicídio, tortura e estupro

Autor do crime, que tem 17 anos, também responderá pelos mesmos delitos

O inquérito que apura o assassinato de uma criança de dois anos e dez meses foi concluído essa semana. O menino foi morto no último dia 3 de novembro dentro de uma casa no Setor Eldorado Oeste, em Goiânia. A mãe da criança e o adolescente que confessou o assassinato foram indiciados por tortura, estupro e homicídio.

Inicialmente, Ingrid Silva Marinho, de 21 anos, havia sido presa e autuada em flagrante apenas por abandono de incapaz, já que, segundo a Polícia Civil, ela foi passar o final de semana na casa de uma amiga e deixou o menino sozinho com o namorado. Após ouvir familiares e testemunhas, o delegado Rilmo Braga, titular da Delegacia Estadual de Investigações de Homicídios (DIH), resolveu autuá-la nos mesmos crimes pelos quais responderá o autor do assassinato.

“Ele tinha total conhecimento de que o filho já vinha sendo agredido e até mesmo molestado, mas ainda assim deixou ele sozinho com o namorado dela. Então o que nós entendemos é que ela colaborou sim, e de forma veemente, para que todos estes crimes acontecessem”, relatou.

Em depoimento, o adolescente confessou o assassinato. Para o delegado Quéops Barreto, adjunto da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) de Goiânia, ele disse que sentia ódio do enteado devido ao carinho e atenção que a mãe e os demais parentes davam a ele. E contou que várias vezes penetrou o dedo no ânus da criança.

“Ele fala que sempre quando ia limpar o enteado enfiava o dedo nele por raiva. Mas agora, quem vai dizer se a vítima também foi estuprada ou não, o que desconfiamos ter acontecido, será a perícia”, pontuou o adjunto da DPCA.

Quéops Barreto disse já ter a confirmação de que a criança morreu após ter sido estrangulada. O adolescente chamou o Corpo de Bombeiros durante a madrugada do crime e disse que o menino havia desmaiado após cair, na tarde anterior, em um shopping da capital. O rapaz permanece recolhido cumprindo medida sócio educativa. A mãe da vítima  cumpre prisão preventiva em uma cela só para mulheres no 14º Distrito Policial, em Goiânia.