Mãe de jovem morto por dívida de carro está internada desde o dia do crime, diz família
Familiares do jovem Ítalo Henrique Liberal Costa, de 27 anos, afirmam que a mãe dele…
Familiares do jovem Ítalo Henrique Liberal Costa, de 27 anos, afirmam que a mãe dele está internada desde o dia do crime. Ele foi morto com um tiro no peito na porta de um condomínio, no Setor Orienteville, no último domingo (13). Segundo uma prima da vítima, que pediu para não ser identificada, Ítalo era filho único. Ele também deixou um filho com 20 dias de nascido. O rapaz foi enterrado na manhã desta terça-feira (15).
A familiar contou ao Mais Goiás que, no dia do crime, Ítalo estava na casa dela. Foi quando Urias Vitorino Pereira Neto, mais conhecido como Netinho, começou a mandar mensagens cobrando o rapaz. Ela defende o primo: afirma que ele precisava pagar somente o valor de R$ 260 referente ao Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) do carro deste ano.
“Esse valor só não foi pago porque ele estava apertado, pois utilizou o dinheiro para completar o parto da esposa. Todo mundo está muito indignado com o que aconteceu. Ele era uma pessoa muito querida e não merecia essa crueldade”, destaca. O suspeito, segundo ela, era filho de uma amiga da mãe dela, mas não tinha muita ligação com a família.
Contudo, a versão do suspeito do assassinato é diferente. Urias compareceu à delegacia na manhã desta terça-feira (15) para prestar depoimento espontaneamente. “Ele conta que a dívida já tinha 12 anos. Segundo ele, o IPVA do veículo não estava sendo pago e que isso teria negativado o seu nome. Após uma discussão calorosa, aconteceu o crime”, explica o delegado à frente do caso, Murilo Leal.
Venda do carro, dívida e crime
A prima de Ítalo relembra todo o processo de venda do carro. Segundo a mulher, antes de tudo, o caro era da mãe dela e foi vendido a Urias. Ítalo, por sua vez, comprou o carro de Urias. Isso teria acontecido há três meses. A pendência estava no recibo de venda do automóvel que, segundo ela, Urias teria perdido. O carro, portanto, não havia sido transferido para o nome da vítima.
Após encontrar o documento, Urias teria procurado Ítalo várias vezes. “Quando ele encontrou, ele passou a ir atrás do meu primo. Ele chegou a ir duas vezes atrás dele no local em que ele trabalhava. No dia do crime, ele mandou mensagem para ele com o maior desaforo que queria resolver a situação naquele dia. E a gente pediu para ele ainda não ir”, conta.
No dia do crime, ela conta que Urias queria resolver a situação imediatamente. De acordo com ela, Urias pediu a localização de onde a vítima estava, porém, Ítalo se recusou a enviar. “Nós escutamos ele dizer que eles poderiam resolver essa situação na segunda-feira (15). Mas o Netinho mandou um novo áudio com outra ironia e o Ítalo decidiu ir lá conversar. Meu cunhado também foi, pois a gente sentiu que ele queria fazer algo de ruim contra o Ítalo. Um vizinho nosso, que estava no Hyundai HB 20, ao saber do que se tratava, seguiu atrás deles”, conta
Câmeras flagraram a morte de jovem morto em condomínio
Imagens de câmeras de segurança flagraram o momento da confusão. Segundo a jovem, o que aparece no vídeo é diferentemente da versão apresentada pela polícia. Ela conta que Ítalo (de camisa branca), o cunhado (de camisa verde) e o vizinho (dentro do veículo), foram para conversar com Urias (camisa vermelha). Porém, o suspeito teria se alterado e apontado o dedo na cara da vítima por diversas vezes. Contudo, isso não aparece nas gravações.
“Meu cunhado ficou irado e partiu para cima dele. O Ítalo tentou separar a briga. O Netinho sacou a arma e meu primo foi para cima para tentar tirar a arma dele. Nesse momento, ele foi atingido. Ao ver aquela confusão, meu vizinho revidou”, conta.
Após o crime, de acordo com o registro policial, Urias passou em casa, deixou a arma e fugiu. “Ítalo era uma pessoa muito querida. Não merecia isso. Queremos Justiça!”, finaliza a familiar.
Investigações
De acordo o delegado à frente do caso, Murilo Leal, o suspeito se apresentou à delegacia com o advogado de defesa. Em depoimento, ele alegou que foi agredido pela vítima e pelo cunhado e, por isso, disparou.
Após o depoimento, o suspeito foi liberado. Murilo explica que ele não ficou preso pois o prazo do flagrante já havia passado e ele se apresentou espontaneamente. O homem tem licença para posse de arma e não tem antecedentes criminais, afirma o delegado.
Além disso, ele conta que os celulares da vítima e do suspeito foram apreendidos e passarão por perícia. E, agora, aguarda o laudo conclusivo da cena do crime. Demais testemunhas serão ouvidas nos próximos dias. “Principalmente o homem que aparece no veículo preto e que também atira”, finaliza o delegado.