Mãe denuncia recusa de atendimento à filha cadeirante em hospital de Goiânia
Segundo a mulher, local não possui estrutura física para atender cadeirantes. O caso aconteceu na manhã desta sexta-feira (20)
“Indignação”. Esta é a palavra usada por Rosana Ferreira Silva, de 44 anos, após hospital de Goiânia recusar atendimento à filha cadeirante, de 10 anos. A mulher denuncia que foi tratada de forma grosseira por três atendentes que afirmaram que a criança deveria procurar outra unidade de saúde, pois a clínica em questão não possui estrutura para atender cadeirantes. O caso aconteceu na manhã desta sexta-feira (20), no setor Marista.
Ao Mais Goiás, Rosana informou que havia marcado a consulta para a filha há quatro meses com uma gastroenterologista da Clínica Infância. Ao chegar no local, no entanto, atendentes da unidade afirmaram que a criança não poderia ser atendida já que o hospital não possui rampa de acesso ou elevador e o consultório fica localizado no 1º andar do prédio.
“Já entrei no hospital com dificuldades porque lá só possui degraus. Quando falei com a recepcionista que minha filha cadeirante esperava pela consulta ela disse que não seria possível e que a clínica não atendia cadeirantes. Ela me disse para procurar outro lugar pois a minha filha não poderia ser atendida”, disse.
Segundo Rosana, as atendentes se exaltaram e a trataram de forma grosseira por não ter avisado que a filha é cadeirante. “Eu falei para elas que não tenho obrigação de avisar isso. A obrigação é do hospital em oferecer o mínimo de estrutura para cadeirantes”.
Ainda conforme a mulher, o hospital não prestou qualquer esclarecimento, nem propôs algum tipo de solução ou facilidade no atendimento. A criança só pôde ser atendida depois que dois homens que estavam no local se disponibilizaram para carregar a cadeira de rodas da criança até o consultório.
“Se não fosse essa ajuda minha filha não seria atendida. Ela tem problemas com mobilidade, mas cognitivamente é perfeita e ficou muito abalada e triste com a situação. É um absurdo. Não temos que adaptar a clínica, ela é quem precisa se adaptar às necessidades das pessoas”, critica.
Mais casos
Indignada com a situação, Rosana foi até a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) e registrou um boletim de ocorrência. Segundo ela, o atendimento à filha, que é cadeirante, está amparado por lei. “O que houve foi discriminação e descumprimento da lei que determina apoio e oferta de condições estruturais às pessoas com deficiência. Isso é crime e quero que paguem pelo que fizeram”.
Ainda conforme a mulher, este não é o primeiro caso de recusa de atendimento na clínica em questão. “Outras quatro mães me procuraram para falar que os filhos não puderam ser atendidos pelo fato de serem cadeirantes. Pelo que percebi uma criança com deficiência física não pode ser cliente do hospital. Vou lutar para que isso não aconteça com mais pessoas pois foi a pior situação que já passei na vida”, relatou.
O caso será investigado pela DPCA. O Mais Goiás tentou contato com a unidade de saúde citada, mas as ligações não foram atendidas até o fechamento desta matéria. O espaço neste Portal está aberto para o posicionamento do hospital.