SOCIAL

Mais de 16 mil famílias recebem Auxílio Brasil em Aparecida de Goiânia

No entanto, a quantidade é ainda considerada insuficiente. Já que somente em Aparecida de Goiânia são 50 mil famílias carentes no Cadastro Único

Aparecida de Goiânia conta com 16.640 famílias aptas a receberem o Auxílio Brasil, benefício do governo federal a pessoas de baixa renda, entre agosto e dezembro deste ano. O número representa 3,54% do total de beneficiários cadastrados em todo o Estado — ao todo são 469.214. Os números são do Ministério da Cidadania.

No entanto, a quantidade é ainda considerada insuficiente. Já que somente em Aparecida de Goiânia são 50 mil famílias carentes no Cadastro Único (CadÚnico) do governo federal. Ou seja, pelo menos 33 mil possíveis beneficiários ainda estão fora do auxílio do governo federal.

Ainda assim, o número de famílias que tem direito ao benefício em Aparecida é 42.25% maior do que o registrado em novembro do ano passado, quando 11.780 famílias recebiam o benefício.

Aumento no valor

Embora não atinja o número necessário de famílias, a média do benefício recebido por família em Aparecida subiu para R$ 601.55. Em novembro do ano passado, a média recebida por família era de R$ 175,79.

Esse aumento no valor se dá graças à promulgação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 1/22, que liberou R$ 41,25 bilhões para a expansão do Auxílio Brasil, que passa a ter valor mínimo de R$ 600 para cada família, e do Auxílio Gás, além da criação de auxílios a caminhoneiros e taxistas por conta do aumento do preço dos combustíveis.

Ao Auxílio Brasil serão destinados R$ 26 bilhões para acréscimo de R$ 200 no valor mínimo pago a cada família, passando de R$ 400 para R$ 600. No entanto, esses valores têm prazo para acabar: dezembro de 2022.

Sobrevivência

Ocupação Beira da Mata em Aparecida de Goiânia (Foto: Jucimar Sousa – Divulgação)

O carroceiro Adelino Viana, de 57 anos, vive junto com 56 famílias na ocupação Beira da Mata, no Setor Independência Mansões, em Aparecida, desde o ano passado. Ele chegou ao local após ser expulso de outra ocupação, por não ter condições de pagar aluguel e vive em estado de precariedade.

“Fiquei três meses resfriado, mas agora consegui colocar telha. Às vezes ganhamos uma cesta. Trabalho para comprar uma carninha”, diz.

As famílias que vivem ali chegaram a ser despejadas em 2021, mas acabaram voltando para o local, justamente por falta de condições de se manterem.

Segundo Diones Ferreira dos Santos, um dos líderes da ocupação, os ocupantes nunca deixaram o local. “Ficamos alguns minutos fora e voltamos.” Neste período de um ano, ele afirma que a “vida é a mesma de sempre. Todo dia uma dificuldade”. Ele aponta que a grande maioria das famílias que vivem no local não conseguiram acesso ao benefício.

Aumento da pobreza

Parte desta situação é reflexo do acréscimo registrado do número de pessoas em situação de pobreza na região metropolitana, que subiu de 366,6 mil, em 2020, para 538,7 mil, em 2021. O número representa um aumento de 47%.

Já o de pessoas em situação de extrema pobreza teve um aumento de 80%: eram 61,8 mil pessoas nesta condição em 2020, contra 111,2 mil em 2021. Os dados são do Boletim Desigualdade nas Metrópoles.

Ao todo serão R$ 9.975.436 totais enviados pelo governo federal para cobrir o benefício às famílias aparecidenses, dos R$ 28.216,452,9 enviados para todo o Estado.

Medidas

Na tentativa de melhorar a situação das famílias Secretaria de Assistência Social de Aparecida conta com os Centros de Referência em Assistência Social (CRAS) em toda a cidade que atuam na identificação e na assistência de famílias em situação de vulnerabilidade. Essas unidades realizam o atendimento diário de famílias para o cadastramento e recadastramento de famílias no Cadastro Único.

A pasta ainda realizou 20 edições do Assistência Social Itinerante, mutirão de serviços sociais para a busca ativa das famílias, realizando nessas ocasiões o cadastramento e recadastramento dessas famílias, para que estivessem sempre aptas a participar dos programas sociais.

A secretária de Assistência Social, Sulnara Santana, pontua que desde o início da pandemia tem feito a entrega sistemática de cestas básicas e alimentos às famílias cadastradas na pasta e também são feitas as entregas pontuais quando recebe solicitação nos CRAS juntamente com visita de equipe multidisciplinar.