Consequências da extensão

Mais de 250 imóveis devem ser afetados por obras da Av. Leste-Oeste, em Goiânia

Estimativa é que em torno de 60 famílias sejam retiradas do local. Prefeitura pede calma e compreensão de moradores

Cerca de 255 imóveis devem ser afetados pelas obras de continuação da Avenida Leste-Oeste, tramo Leste, no trecho compreendido entre a Rua 74, no Centro de Goiânia, até à rodovia GO-403, via que dá acesso à cidade de Senador Canedo, na região metropolitana da capital. Estimativa é que em torno de 60 famílias sejam retiradas do local. As informações são da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Seinfra). Extensão foi iniciada no último dia 15 de julho e deve ser finalizada até 31 de dezembro de 2020.

Segundo expõe o secretário da pasta, Dolzonan Matos, embora o estudo aponte 255 imóveis, nem todo o quantitativo deve ser removido ao longo dos 8,1 km de extensão da avenida. Isso porque em alguns casos há apenas pequena parte da propriedade na pista em que a prefeitura necessita para a obra. “Não são todas as famílias que serão retiradas, mas todo imóvel que estiver no leito da estrada terá de ser removido. Às vezes só pega um cantinho da pista e não é necessário sair. A prefeitura está analisando caso a caso para apresentar a solução mais eficaz e específica de cada propriedade”, conta.

Os donos de casas que possuírem regularização devem passar por negociação e, posteriormente, indenização no valor do imóvel definido pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Goiás (CAU-GO). Já as pessoas que estão no local de forma irregular terão de ceder o espaço, “já que os imóveis foram construídos em área pública”, conforme o secretário. A orientação, de acordo com ele, é que também seja feita negociação para que nenhuma família fique desabrigada. “Está sendo estudada a possibilidade de novos lugares como as casas do Programa Minha Casa Minha Vida, por exemplo”.

O secretário pede calma e compreensão das famílias que moram no local. “Ainda está em fase de estudo. O que podemos afirmar é que ninguém ficará desalojado. A gente sabe que a notícia causa aflição, mas tudo está sendo feito dentro da legalidade de forma que ninguém saia prejudicado”, afirma. Para ele, apesar de causar transtornos durante o período de obras, a extensão irá contribuir com o desenvolvimento da região.

“Essa é uma obra necessária que contribui e muito a mobilidade urbana. É um eixo que vai permitir a valorização do local. É preciso entender que a cidade vai melhorando e tomando novas formas. São ações como essa que melhoram a infraestrutura e mobilidade, além, de fortalecer o desenvolvimento em termos de implantação de novos empreendimentos”, disse.

Desapropriação

O estudo de desapropriação das famílias ao longo dos 8,1 km de extensão da avenida será realizado pelo Programa Urbano Ambiental Macambira Anicuns (Puama). Segundo o coordenador executivo Flávio Máximo, o órgão ainda não foi comunicado oficial. Ele já recebeu a informação de que a equipe que coordena será a responsável pelo estudo e negociação com as famílias.

Por ainda não ter saído o decreto sobre a atuação, Flávio afirmou não ter detalhes sobre a situação. “Não posso repassar um número oficial pois não o temos. Só darei esse parâmetro a partir de semana que vem. Tem locais que serão retirados em sua totalidade e outros apenas parcialmente. Até o momento não há nada instruído sobre a quantidade de famílias a serem retiradas. O que sabemos é que tudo será feito de forma amigável”, afirmou.

De acordo com ele, um relatório social com perfil de cada família deve ser elaborado e, a partir disso, serão discutidas medidas de forma individual para cada caso.

Nenhuma família sem abrigo

O prefeito Iris Rezende garantiu, nesta quarta-feira (24/07), que não deixará nenhuma das cerca de 60 famílias sem abrigo, mesmo que tenham construído moradias de forma irregular ao longo do leito da antiga ferrovia. “Não vamos derrubar uma casa, não vamos tirar uma pessoa se não tiver um local digno para colocá-la”, disse durante visita ao canteiro de obras da avenida no trecho compreendido entre a rua 74, no Centro, até a GO-403.

“Hoje vem o transtorno, amanhã, a comodidade. Como você constrói algo sem importunar alguém, ainda mais numa cidade que cresce assustadoramente? Isso nem se discute.  Afinal, não se trata de obras que vão demorar aí uma vida. Estamos importunando hoje mas, daqui a pouco tempo, os comerciantes e os moradores todos estarão tranquilos e festejando a ação da prefeitura. Não vamos deixar ninguém aí no tempo”, ressaltou.

Obras

O trajeto da Leste-Oeste em reforma seguirá o leito da antiga estrada de ferro, saindo da interseção com a Rua 74, no Centro da Capital, passando entre a Estação Ferroviária, atravessando a obra de revitalização da Praça do Trabalhador e a Rua 67-A. A nova pista seguirá até encontrar a Avenida das Cerâmicas, na divisa com o município da Senador Canedo.

As obras começam pela execução do bueiro no Córrego Palmito, entre a BR-153 e a Avenida Manchester, na Vila Moraes. A construtora Sobrado Construção Ltda., vencedora de concorrência pública, será a responsável pela execução desse trecho de 8,1 quilômetros de extensão.

Ao todo, o custo aos cofres públicos será de R$ 68 milhões, incluindo as duas obras de arte e a revitalização da Praça do Trabalhador. O custo será dividido entre a Prefeitura de Goiânia e o Estado de Goiás, que deve arcar com R$ 35 milhões desse valor por força de convênio firmado com o Município.

 

(Foto: Divulgação/Seinfra)