Mais Goiás.doc mostra luta das pessoas com deficiência para conseguir emprego
Documentário discute capacitismo e mostra entidades que ajudam pessoas com deficiência em Goiás
Capacitismo é o termo que designa o preconceito vivido pelas pessoas com deficiência. O capacitismo está na raiz dos obstáculos que essa parcela da população enfrenta para entrar e se manter no mercado de trabalho. É sobre isso que discute a mais nova edição do Mais Goiás.doc, projeto desenvolvido pelo Mais Goiás para tratar de temas importantes em formato de documentário. Um dos entrevistados é Brazil Nunes, que sofreu paralisia cerebral aos dois anos e hoje – em que pesem as barreiras que teve que superar – é assessor de imprensa do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) em Goiás.
Para as pessoas com deficiência, não se oferecem vagas que condizem com uma qualificação melhor. São aquelas vagas para call center, ou aquelas que não exigem um estudo mais aprofundado”, diz Brazil. O assessor afirma que a trajetória de pessoas como ele é mais trabalhosa desde o início. “Não é à toa que 63% das crianças com deficiência não terminam o ensino fundamental. Se hoje está ruim, imagina quando eu era criança”.
Alisson Azevedo, diretor de Relações Públicas da Associação dos Deficientes Visuais de Goiás (Adveg), afirma que a noção de produtividade na iniciativa privada está intimamente ligada à ideia de corpos sãos e sem deficiência. “A noção de produtividade é capacitista. Quem é produtivo é quem tem o corpo ‘normal’. noção de produtividade é capacitista. Quem é produtivo é quem tem o corpo ‘normal’. Esse valor capacitista e muito negativo afasta das pessoas com deficiência da iniciativa privada”.
O Mais Goiás.Doc procurou entidades especializadas em prover assistência às pessoas com deficiência, como a Adfego e a Associação Pestalozzi. A reportagem encontrou profissionais habilitados e estrutura física de primeira para auxiliar na missão. ” Se você teve um trauma, um AVC, seja qual for o seu problema: vale a pena procurar uma entidade. Pessoas com deficiência física, visual, auditiva… então não pare. Acredite. Tem muita gente capacitada que pode ajudar.
É com o mesmo espírito acolhedor que trabalha a advogada Jaqueline Cordeiro, presidente da Pestalozzi. Jaqueline ajuda pessoas que, como ela, enfrentam o capacitismo para conquistar espaço no mercado de trabalho. “Eu sou formada em Direito há oito anos. Apesar de hoje vermos que o mercado de trabalho aceita um pouco mais o deficiente, é muito complicado porque eles [os empresários] veem que a contratação de cadeirantes vai exigir adaptações da empresa e então recusam a possibilidade de contratar”.
10% da população é de pessoas com deficiência
10% da população mundial possui algum tipo de deficiência. No Brasil, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 45,6 milhões de cidadãos (23,9% da população) possuem alguma deficiência. Já em Goiás o número de portadores corresponde a 1,6 milhões.
Em 1991 foi criada a Lei de Cotas para Deficientes, que prevê que empresas com 100 ou mais funcionários tenham entre 2% e 5% de trabalhadores com algum tipo de deficiência. Porém, segundo os dados do Ministério da Economia, em 2019 a quantidade de servidores portadores de deficiência não passava de 1% nas empresas brasileiras.
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