Major da PM suspeito de estuprar duas crianças tem prisão preventiva decretada
O major Cristiano Silva de Macena teve a prisão em flagrante convertida para preventiva durante…
O major Cristiano Silva de Macena teve a prisão em flagrante convertida para preventiva durante audiência de custódia, realizada na tarde desta sexta-feira (25), no Fórum de Rio Verde. A decisão é do juiz Rodrigo de Melo Bustolin. O policial, que é comandante da Companhia de Policiamento Especializado (CPE), é suspeito de sequestrar e estuprar duas irmãs, de 11 e 12 anos, na última quarta-feira (23). Ele será encaminhado para o presídio militar, em Goiânia.
O Ministério Público de Goiás (MP-GO), por meio do promotor de Justiça Fabrício Lamas Borges, solicitou que a conversão ocorresse. De acordo com ele, o pedido antecipado é devido à periculosidade do caso e por haver indícios do policial comprometer provas. Fabrício destaca que o major não teria apresentado o celular.
A defesa do major, representada pelo advogado George Santos Pereira, afirmou que aguardará ter acesso ao inquérito policial para, então, se pronunciar.
Investigações da suspeito de estupro de duas crianças
De acordo com o delegado Carlos Roberto Batista, o major preferiu ficar em silêncio no momento do depoimento. Além das crianças, a avó delas também foi ouvida. Elas reconheceram o suspeito na delegacia e relataram que estavam em casa quando a residência foi invadida. Ainda conforme o delegado, a idosa foi amarrada e as crianças foram levadas pelo homem.
Segundo Carlos, as crianças relataram que foram levadas para uma casa sem muitos móveis e que foram abusadas por cerca de duas horas. Após o crime, elas foram colocadas dentro de uma caminhonete de cor marrom e foram deixadas próximas a um colégio.
“Um fator que chama atenção é que o veículo com as mesmas características foi flagrado por uma câmara de segurança em alta velocidade. No depoimento, as crianças falam que o veículo passou por algo muito rápido que fizeram elas baterem a cabeça do teto do carro, pois estavam sem cinto de segurança”, pontua.
O delegado não descarta que o policial possa ter premeditado o crime. Isso porque, dois meses antes do estupro, o major participou de uma operação em que a mãe das meninas era investigada. Na residência, foram cumpridos mandados de busca e apreensão. Após isso, uma chave da casa teria sumido.
“Não consta sinais de arrombamento do casa. Por isso que também foi descartada a presença de uma segunda pessoa na participação no crime. Além disso, a casa dele e o veículo passaram por perícia e foram encontrados vestígios que indicam que as meninas estiveram lá. Entretanto, aguardamos os resultados dos laudos para ajudar a concluir as investigações”, destaca.
Segundo o delegado, os abusos foram comprovados em exames. As crianças estão em tratamento e têm apoio psicológico. Ainda de acordo com Carlos, ainda faltam algumas testemunhas para serem ouvidas. A previsão é que, em até dez dias, o inquérito seja revertido ao Judiciário.
Outra investigação
Cristiano chegou a ser denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) por tortura, morte e ocultação de cadáver. Além dele, outras 16 pessoas também foram denunciadas em janeiro de 2018. Entretanto, todos foram absolvidos das acusações por falta e provas. MPF, por sua, vez, recorreu da decisão.