Manifestação contra os cortes na educação reúne 10 mil pessoas em Goiânia, diz organização
PM não divulgou números. Movimentos sociais se posicionam também contra a Reforma da Previdência
Mais uma manifestação contra os cortes orçamentários da educação promovidos pelo Governo Federal aconteceu em Goiânia na tarde desta terça-feira (13). É o quarto ato nacional convocado pelos movimentos sociais desde maio. O movimento desta terça-feira foi convocado pela União nacional dos Estudantes (Une) e ocorreu ao longo do dia em diversas cidades brasileiras.
De acordo com a organização em Goiânia, cerca de 10 mil pessoas compareceram ao ato. A Polícia Militar não divulgou estimativa de manifestantes. A expectativa dos organizadores era de que 30 mil manifestantes comparecessem ao movimento na capital goiana. A concentração teve início às 15 horas na Praça Universitária. Em seguida, os manifestantes percorreram a Avenida Universitária, Avenida Goiás e seguiram até a Praça do Bandeirante, no Centro.
Além da defesa da educação, os manifestantes se posicionaram contra a Reforma da Previdência que tramita no Senado Federal. Outra pauta levantada pelos presentes foi a valorização do serviço e dos servidores públicos. Os manifestantes também são contrários a uma possível privatização do Sistema Único de Saúde (Sus).
“A ideia é a gente se unir contra todos os cortes e desmontes”, afirma a estudante Danny Cruz, presidente da União Estadual dos Estudantes de Goiás (UEE-GO). “Está acontecendo uma coisa atrás da outra, então não tem como a gente só se posicionar somente a favor da educação se a gente se aproxima da Reforma da Previdência também, a qual prejudica o futuro dos nossos jovens. Assim, nos reunimos em torno das pautas mais caras à população“, completa.
Entidades presentes
O ato foi promovido pelo Fórum Goiano contra as Reformas da Previdência e Trabalhista, coletivo que reúne entidades do movimento social, sindical e estudantil. O coordenador do Fórum, João Pires Júnior, acredita que a manifestação cumpriu o papel. E disse que novos protestos acontecerão.
“O ato foi exitoso. Mostramos ao governo Bolsonaro que não iremos arredar até que ele pare com as medidas que retiram direitos do trabalhador. Tanto os cortes na educação quanto a Reforma da Previdência atingem as pessoas mais pobres do país, que dependem desses serviços para tentar levar uma vida mais digna”, disse João.
A presidente da UEE-GO, Danny Cruz, ressalta que as medidas anunciadas pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub, serão prejudiciais às Instituições Federais de Ensino (IFEs).
“Hoje convocamos a população a ir às ruas em defesa da educação. O ministro da Educação está tentando privatizar as Universidades e Institutos Federais. Não concordamos com isso porque acreditamos que a educação tem que ser pública e gratuita. O Governo Federal quer sucatear os bens públicos”, ressaltou a estudante.
O presidente da União dos Negros pela Igualdade em Goiás (Unegro-GO), André Nascimento, chamou a atenção para o recorte racial na educação. “Estamos aqui ao lado dos estudantes lutando para que a educação não seja atrasada e retrógrada. Ela precisa ser para todos. Principalmente para os jovens negros, maiores vítimas da violência em todo o país”, concluiu.