O juiz Marcelo Fleury Curado Dias, da 9ª Vara Criminal da comarca de Goiânia, condenou o ex-médico Denísio Marcelo Caron a três anos e seis meses de reclusão pelo crime de lesão corporal gravíssima a Sheila Marques Silva, que passou por intervenção cirúrgica para redução dos seios e retirada de excesso de pele nos braços e barriga, mas acabou com cicatrizes e sequelas, tendo até redução de movimento no membro superior esquerdo. Na sentença, o magistrado considerou a ausência de especialidade do profissional para submeter a vítima à operação.
Caron formou-se em Medicina, pela Faculdade de Vassouras, no Rio de Janeiro, em 1988. Entre 1994 e 1995, ele estagiou no serviço de Cirurgia Plástica do Hospital Municipal Dr. Mario Gatti, em de Campinas, mas foi reprovado quando tentou cursar a residência da mesma unidade – requisito para realizar os procedimentos médicos. Contudo, Caron teria forjado uma falsa declaração de especialista.
Durante o período de março de 2000 e março de 2001, três pacientes de Marcelo Caron morreram em Goiânia. Após os incidentes, o Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO) iniciou investigações e firmou compromisso com o médico de que ele não atendesse mais pacientes até que as investigações fossem concluídas.
Marcelo Caron, então, se mudou para Taguatinga, no Distrito Federal, e começou a clinicar em um hospital do município, onde mais duas pacientes morreram por complicações após cirurgias plásticas. Durante as investigações, constatou-se que o médico nunca obteve o título de especialista junto à Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), logo, não poderia realizar os procedimentos cirúrgicos. O ex-médico já foi julgado e condenado pelas mortes e acumula hoje mais de 50 anos de prisão.