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Marconi destaca papel estratégico do Líbano para Goiás

Para o governador, Líbano pode ser a porta de entrada de produtos goianos a serem comercializados no Oriente Médio

No balanço final da missão comercial ao Oriente Médio, o governador Marconi Perillo destacou, no Líbano, as ligações afetivas e históricas entre brasileiros e libaneses. Ressaltou que o Líbano é um histórico entreposto comercial, que sempre conectou Ocidente e Oriente, desde o tempo dos fenícios. E pode se constituir na porta de entrada de produtos goianos para o Oriente Médio.

De certa forma, a missão comercial goiana revelou que o Brasil ainda engatinha no intercâmbio comercial com o Oriente Médio, em relações econômicas muito aquém das reais possibilidades dos países que fazem parte dos Emirados Árabes.

A intenção de desenvolver o comércio pôde se constatar em todos encontros do governador goiano com as mais altas autoridades daquele país. Na conversa com o presidente Michel Aoun, o governador relatou que ficou muito claro o interesse do Líbano de estreitar as relações comerciais com o Brasil, o que gera um novo leque de oportunidades para as exportações goianas.

“As autoridades libanesas sinalizaram claramente para a possibilidade de viabilização de contratos de exportação que podem ser muito vantajosos para Goiás, em vista de que o Líbano tem um mercado importante e promissor para esse tipo de comércio e também empresários que com considerável poder de investimento”, afirmou Marconi.

Ele se reuniu também com o empresário libanês, radicado na Inglaterra, Nadhmi Auchi, que comanda a General Mediteranean Holding (GMA). A holding possui investimentos e negócios no Brasil e várias partes do mundo. Dentre os quais, 29 hotéis, três bancos, empresas de transporte de carga, laboratório de genéricos, uma hidroelétrica no Paquistão, além de refinarias de açúcar. No Brasil, o grupo GMA tem investimentos no setor alimentício e na construção de grandes hotéis.

“Nós encerramos a missão ao Oriente Médio com ótimas conversas com o presidente do Líbano, com o ministro das Relações Exteriores, mais cedo com empresários, enfim tratamos de vários assuntos, dentre eles a viabilização de uma linha aérea entre Beirute e Brasil, falamos também em incremento na área de infraestrutura, nas relações comerciais, ciência, tecnologia, inovação, cultura, educação e turismo”, avaliou Marconi.

O governador, que desembarcou hoje no Brasil e já cumpre agenda de inaugurações em Goiânia, se disse convencido de que Goiás teve uma “ótima pauta” no Oriente Médio e está “seguro” de que o Brasil pode melhorar as relações bilaterais  não apenas com o Líbano, mas com o conjunto de nações do Oriente Médio. Especificamente no caso do Líbano, destacou, há também relações afetivas e históricas. “Afinal de contas no Brasil há três vezes mais libaneses ou descendentes de libaneses do que no próprio Líbano, e há uma relação de muito afeto entre os dois países, porque o Brasil é, de longe, o país que mais recebeu libaneses no mundo”, ponderou Marconi.

Líbano 

Um país com 4 milhões de habitantes (um terço dos moradores da cidade de São Paulo), com território equivalente ao do estado de Sergipe, cercado por vizinhos em guerra. A conjuntura faz do Líbano de hoje um oásis em meio a uma zona extremamente conflituosa.

As fronteiras libanesas são cercadas pelo mar Mediterrâneo, por Israel e pela Síria, epicentro da maior crise mundial da atualidade e principal ponto de partida de milhares de refugiados que tentam chegar ao continente europeu. O estado judeu (Israel), e a Autoridade Palestina (Gaza e Cisjordânia) por sua vez, vivem conflitos históricos.

Ainda na região, Iraque, Arábia Saudita e, mais recentemente, a Turquia passam por crises motivadas por um abrangente e complexo leque de fatores. Depois de superar a guerra civil, que durou de 1975 a 1990, o Líbano, porém, passa por um período de tranquilidade.

Territorialmente, o Líbano é um país pequeno, em meio a gigantes.  Israel é até proporcionalmente parecido, mas é uma grande potência militar. A Autoridade Palestina convive conflituosamente com Israel. Para sobreviver nesse contexto, o País precisa articular com o mundo. O Brasil, como principal rota de migrantes de libaneses, é um parceiro de primeira hora. Desde 2011, o Brasil lidera a força marítima mantida pela ONU com o intuito de preservar a paz em território libanês.

Com relações fraternais históricas, até mesmo em função do vigoroso fluxo migratório da Ásia para as Américas, iniciado ainda no século 19, o Líbano tem as portas abertas para turistas brasileiros. O processo para liberação do visto é simples e a permanência em território estrangeiro, para essa finalidade, é autorizada por até três anos. Basta apresentar os documentos, como passagem de avião, passaporte e outras coisas básicas. É preciso também comprovar uma renda mínima para o turismo. Marconi ressaltou que o Líbano pode ser uma importante porta de entrada para o Oriente Médio.