Médica anapolina usa música para confortar pacientes com Covid em hospital de SP
Cardiologista goiana encontrou na música um jeito de levar alegria a pacientes internados
Em uma ala lotada de pacientes com a Covid-19 no Hospital Municipal Dr. Moysés Deutsch, em São Paulo (SP), o som mecânico dos aparelhos de UTI e o clima tenso típico de hospitais têm sido substituídos pelo som do violão e da voz melódica da médica cardiologista goiana Brunna Falluh Alarcão, de 28 anos. A profissional, que é natural de Anápolis, faz residência em Clínica Médica na capital paulista e encontrou, na música, um jeito de levar conforto e alegria a pacientes internados com a doença do coronavírus.
Brunna vive em São Paulo há dois anos e atua no Hospital Dr. Moysés Deutsch há cerca de um mês. A unidade, mais conhecida como M’Boi Mirim, virou referência no tratamento de pacientes com Covid-19 e, de acordo com ela, tem recebido uma alta demanda de infectados. Ao Mais Goiás, a goiana relata que os profissionais passam por diversos serviços dentro do hospital durante o estágio e que, atualmente, atua na parte de Cuidados Paliativos.
“O médico que atua na área de Paliativos vê o paciente como um todo. É uma ciência muito linda. Ele gerencia outros tipos de cuidados”, pontua Brunna.
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E foi com esse pensamento que a cardiologista resolveu quebrar o clima frio e apreensivo de uma ala de UTI e, usando um violão, levar música para os pacientes. Um vídeo (confira no Instagram do Mais Goiás) da médica tocando e cantando a canção ‘Raridade’ para os pacientes internados, gravado há 3 dias, acabou viralizando. Questionada, Brunna revela que fez aquilo em homenagem aos profissionais que atuam no local e aos pacientes, que ficam em situação vulnerável ao serem internados.
“Meus preceptores, meus coordenadores são incansáveis guerreiros e eu queria, naquele momento, honrar a vida deles, dizer pra eles que tem alguém vendo o esforço que eles estão fazendo. Eu olhei para os nossos pacientes e eu quis trocar um pouco a sinfonia daqueles aparelhos da UTI. Eu queria colocar uma outra música, de esperança, algo que pudesse acalentar o coração daqueles pacientes naquele contexto de solidão”, relata a profissional.
De acordo com Brunna, a reação dos pacientes àquele momento a inspirou ainda mais. “Naquele momento ali, vendo os pacientes chorarem, cantarem, a saturação subir, foi muito gratificante”. “Ali, a gente tira o paciente da condição de doente e coloca na condição de pessoa”, finaliza.