Médico do Hospital das Clínicas de Goiânia é denunciado por assédio moral contra enfermeiros
O médico suspeito e a chefe de enfermaria vítima do crime foram afastados das funções

Um médico do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (UFG), em Goiânia, foi denunciado por assédio moral contra servidores, principalmente à chefe de Enfermagem da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Adulta. O caso é investigado pela instituição. Os dois profissionais foram afastados até que a apuração seja concluída.
A denúncia à qual o Mais Goiás obteve acesso aponta que a chefe de enfermagem era alvo de exposições vexatórias e constrangimentos desde outubro de 2022. Em determinada ocasião, o médico teria expulsado toda a equipe de enfermagem da sala de reuniões da UTI. Conforme o documento, o assédio moral era praticado de forma pública principalmente contra a chefe da área, no intuito de desmoralizá-la pessoal e profissionalmente. O texto diz que médico também evitava falar com a profissional, desautorizava a posição dela e reforçava o isolamento da mulher no hospital.
A reportagem tentou contato com a chefe de Enfermagem da unidade, que preferiu não se pronunciar. O Portal também busca contato com médico denunciado. Em nota, o Hospital das Clínicas informou que já foi instaurado processo interno para analisar as denúncias de assédio entre colaboradores da UTI adulto. “Dois profissionais foram afastados preventivamente enquanto ocorre essa avaliação, que é sigilosa”.
Protesto contra assédio moral no Hospital das Clínicas
Na quarta-feira (19/3), enfermeiros fizeram protesto contra o assédio moral no Hospital das Clínicas, em Goiânia. Dezenas de trabalhadores estiveram presentes e pediram o fim do assédio na unidade.
Antes do ato, outra manifestação em apoio à chefe de Enfermagem foi realizada por colegas. Uma faixa foi fixada na entrada da unidade com os dizeres “Chefe assediador! Não! Os profissionais da UTI Adulto estão adoecidos”. Segundo relatos dos funcionários, a direção retirou a faixa do local cerca de uma hora após ela ser instalada.
De acordo com Fernando Mota, coordenador-Geral do Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação das Instituições Federais de Ensino Superior do Estado de Goiás (SINT-IFESgo), um documento foi entregue à direção do hospital questionando a apuração da denúncia de assédio moral. Também foram solicitados esclarecimentos sobre denúncias de assédio em outros departamentos da unidade.
Assédio no Judiciário
Em 2024, a Justiça Federal divulgou um relatório sobre casos de assédio moral, sexual e discriminação na seção judiciária de Goiás, produzido a partir de questionários preenchidos por servidores, funcionários terceirizados, juízes e estagiários. Esse relatório mostra que 43 pessoas foram vítimas de crimes dessa natureza cometidos especificamente por juízes federais.