INVESTIGAÇÃO

Médico é afastado após denúncia de violência obstétrica e morte de bebê em Niquelândia (GO)

Mulher denuncia que sofreu violência obstétrica e o filho dela, que nasceu prematuro, morreu depois do parto

Médico é afastado após denúncia de violência obstétrica em Niquelândia (GO) (Foto: Divulgação)

Um médico foi afastado do Hospital Municipal Santa Efigênia em Niquelândia, no Norte de Goiás, após uma mulher denunciar que sofreu violência obstétrica. O filho dela, que nasceu prematuro, morreu depois do parto. A Secretaria Municipal de Saúde e a Polícia Civil investigam o caso. Já a defesa alega que o médico não foi intimado ou notificado.

A grávida contou, em uma rede social, que participava da Romaria do Muquém no último dia 12 de agosto e começou a passar mal. Ela foi atendida por uma equipe do distrito.

Os médicos, então, sugeriram que ela fosse de ambulância até o hospital, mas a mulher preferiu ir em carro próprio, segundo a Secretaria Municipal de Saúde.

Ela relata entrou em trabalho de parto e foi para o hospital municipal, onde foi atendida imediatamente.  Segundo a paciente, as pernas do bebê já estavam aparecendo e o médio as empurrou novamente para dentro.

A mulher foi levada para um hospital em Uruaçu, onde deu à luz. Na unidade, a criança chegou a ficar internada, mas morreu horas depois.

Defesa do médico

O médico não é servidor público, mas tem contrato com a prefeitura desde 2016 para fazer atendimentos como ginecologista e obstetra.

Ao Mais Goiás,  Luiz Gustavo Barreira Muglia, advogado do médico, disse que o profissional ainda não foi chamado para depor. O defensor disse que o médico alegou que não realizou o parto da mulher por falta de equipe na unidade de saúde, já que, segundo ele, seria necessário ter mais um obstetra e um pediatra no local.

“Ela [a paciente] chegou ao hospital e, por falta de outros profissionais, foi transferida para outra unidade. O meu cliente inclusive a acompanhou na ambulância junto com uma enfermeira”, contou o advogado ao acrescentar que não houve violência ou ofensas, mesmo admitindo que o médico falou que a mulher tinha sobrepeso e isso poderia dificultar o parto já que a criança não estava posicionada para o parto normal.

A Prefeitura de Niquelândia se manifestou pelas redes sociais. “A direção da unidade, em acordo com a Secretaria Municipal de Saúde afastou o profissional até que os fatos sejam apurados. Os relatos sobre a postura dele são contrários ao atendimento de excelência exigido pela SMS em relação aos cidadãos que buscam o serviço médico público municipal”, diz nota.

A Polícia Civil informou que o caso só foi registrado nesta quinta-feira (25). Por nota, o Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego), disse que não informa sobre tramitação de denúncias, processos, e sindicâncias.

 

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