Polícia Civil

Médico que perfurou fígado de paciente será indiciado por homicídio culposo

Delegado responsável pelo caso conclui investigação e aponta que não há dúvidas do que causou a morte da empresária Érica Regina Mesquita em novembro de 2015

O médico Jacsymon Fonseca Magalhães será indiciado pela Polícia Civil pelo crime de homicídio culposo. Em 12 de novembro de 2015 a empresária Érica Regina Silvério Mesquita, que tinha 34 anos, passou por uma lipoaspiração no Hospital Jacob Facuri, no Centro de Goiânia. Durante a cirurgia, Jacsymon teria perfurado o fígado de Érica, que faleceu. Esse é o entendimento do delegado Isaías Pinheiro, do 1º Distrito Policial (DP) da capital.

“A perícia concluiu que houve erro médico. Nos procedimentos realizados durante o inquérito, houve uma ajuda valiosa dos médicos do IML (Instituto Médico Legal), que foram taxativos sobre a causa-morte”, afirmou o delegado. Isaías disse que o médico alega que a paciente sofreu uma embolia pulmonar durante a cirurgia. Mas o responsável pelo inquérito afirmou que ficou comprovada a morte por erro médico.

De acordo com o delegado, além do laudo, o depoimento da perita do IML elucidou qualquer questionamento que existia sobre o caso. “Ela foi bem didática e esclareceu todas as dúvidas”, declarou. Segundo Isaías, o médico não tinha a especialidade de cirurgião plástico, apenas registro no Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) como médico do trabalho. A alegação de Jacsymon ao responsável pelo inquérito foi a de que esse foi o primeiro caso de complicação cirúrgia que ele enfrentou como profissional, que todas as outras ocorreram sem qualquer problema.

O delegado explicou que o Cremego suspendeu o registro de médico de Jacsymon em dezembro de 2015 até o final deste ano, mas o indiciado afirmou nesta terça-feira que tem uma liminar da Justiça Federal que o autoriza a manter a atividade profissional como médico. “Ele não disse nada sobre poder realizar cirurgias plásticas, apenas sobre continuar a exercer a medicina”, completou o responsável pelo inquérito.

A pena possível pelo crime, que é de até quatro anos, se condenado pela Justiça, poderá ser cumprida em um regime semi-aberto ou com outra medida determinada pelo juiz responsável pelo caso. “Mas há um entendimento de que pode ocorrer até um agravamento da acusação por parte do promotor para dolo eventual. Só que isso depende do promotor da ação penal.”