Médicos do Hospital de Aparecida dizem estar sem salário desde fevereiro
Empresa responsável por pagar os salários fala em "calote" da OS
Um grupo de médicos que atua no Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia (Hmap) relata estar sem salário desde o mês de fevereiro deste ano. De acordo com eles, o problema afeta cerca de 30 profissionais da unidade, que é gerida pela organização social (OS) IBGH. Os médicos afirmam que procuraram a empresa responsável pelos pagamentos, que informou não ter recebido o repasse da OS responsável para fazer o pagamento.
Ao Mais Goiás, uma das médicas que sofre com o atraso no salário já há três meses diz que eles eram contratados da empresa médica Mediall que, por sua vez, possuía um contrato com o IBGH para gerir uma parte do Hmap. Essa empresa teve o contrato com a OS encerrado neste mês, sendo substituída por outra. No entanto, deixou para trás os salários atrasados.
Segundo a profissional, a cobrança à empresa tem sido constante mas a resposta seria sempre a mesma: o IBGH não fez o repasse para a Mediall. “O mais frustrante é ouvir o responsável pelo pagamento dizer que fomos os sorteados da vez a não receber. A gente não trabalha esperando sorteio pra ser pagos”, diz.
A médica afirma que os profissionais chegaram a cogitar paralisar o serviço. Com a saída da Mediall, desistiram da ideia. No entanto, não escondem a frustração. “Estamos com os salários atrasados, sem informação certa a respeito do que realmente aconteceu com o repasse do dinheiro e a empresa está saindo do serviço, deixando uma dívida para trás sem nenhuma previsão”, desabafa.
O que diz o IBGH
Em nota enviada ao Mais Goiás, a OS IBGH declarou que “todos os médicos que atendem no contrato da Mediall Brasil são sócios dessa empresa que para cada contrato cria uma nova Sociedade Anônima, não havendo que se falar em salários desses profissionais ligados a ela”.
Ela também afirmou que está com duas parcelas em atraso com a Mediall, referentes aos meses de março e abril, e que “há recursos em caixa para a quitação desse débito”. Porém, conforme a OS, a pendência se deve a uma auditoria aberta para apurar “divergências entre a informação de plantões e serviços prestados e os apontamentos em poder da diretoria”.
O IBGH garantiu ainda que “honrará com suas obrigações” com os médicos e que “eles podem ter a certeza de que não ficarão em prejuízo, até porque sempre foram tratados com respeito profissional e responsabilidade gerencial”.
Mediall acusa IBGH de “calote”
Em contato com o Mais Goiás, o diretor da Mediall, Hilton Piccelli, afirma que a empresa “levou calote” do IBGH, tendo ficado com os repasses de janeiro, fevereiro, março e abril em aberto.
O diretor também acusou a OS de mentir para os médicos para não pagá-los e que entrará com uma representação contra a OS no Conselho Regional de Medicina (CRM). “Essa história que está sendo feita uma auditoria é mentira, só para enrolar os outros […]. O IBGH está sendo desonesto e desleal com os profissionais que estão trabalhando”, conclui.