Manifestação

Médicos e residentes do HDT fazem ato em apoio a investigados por supostas fraudes em folhas de ponto

Manifestantes cobram a manutenção da residência médica no local, que, segundo eles, parou de funcionar após o pedido de demissão de infectologistas e dermatologistas

Médicos e residentes do HDT realizaram um ato em apoio a investigados por supostas fraudes em folhas de ponto na unidade de saúde. (Foto: reprodução)

Médicos, médicas e residentes do Hospital de Doenças Tropicais (HDT) realizaram, na manhã desta sexta-feira (21), um ato em apoio aos investigados por supostas fraudes em folhas de ponto na unidade de saúde. Manifestantes cobram a manutenção da residência médica no local, que, segundo eles, parou de funcionar após o pedido de demissão de infectologistas e dermatologistas preceptores, responsáveis pela orientação de residentes. Ministério Público (MP) investiga sete médicos suspeitos de não cumprirem carga horária completa de trabalho.

Durante o ato, composto por cerca de 30 manifestantes, participantes deram um abraço simbólico no prédio do hospital. Protesto também teve cartazes que pediam a saída da Organização Social Instituto Sócrates, responsável pela gestão do local. A médica residente Grasielle Silva Santos participou do protesto e afirma que a iniciativa foi tomada depois da saída dos mencionados preceptores. Conforme explicou ela, a manifestação não atrapalhou o funcionamento da unidade.

A profissional relata que, desde a tarde desta quinta-feira (20), os residentes não têm mais atividades para realizar na unidade. Isso porque, para atuarem, eles precisam dos supervisores. “A saída dos preceptores é compreensível e, inclusive, apoiamos a atitude. No entanto, queremos uma solução. Há uma perda em termos de ensino e pesquisa e também em relação ao atendimento. Isso tudo por conta de uma gestão que persegue os profissionais”, disse.

De acordo com Grasielle, a suspensão da residência do HDT acarreta prejuízo à população. A médica expõe que a situação irá gerar cerca de 1 mil procedimentos a menos por ano. Além de gerar a saída de ao menos 15 médicos residentes. “O paciente vai ser visto por um médico assistente, que vai fazer trabalho de três, quatro profissionais”, salientou.

Perseguição

A manifestante afirmou que apoia os médicos investigados por supostas fraudes nos registros de folhas de ponto. A apuração ocorre há três meses e identificaram divergências dos horários nas folhas de pontas com os registrados nas câmeras de seguranças. Para Grasielle, a investigação é sinal de perseguição.

“A gestão colocou os médicos em exposição em uma reportagem de total perseguição. A gestão, desde outubro, vem demitindo profissionais especializados, não tem seleção e médico de qualquer área atua no HDT”, disse.

Segundo ela, o Instituto Sócrates também tem causado prejuízos ao hospital e “não há mais ambiente de trabalho com a gestão”. “Desde o ano passado há um desmantelamento da unidade, que tem está comprometendo o atendimento aos pacientes e a continuidade da residência. A gestão também faz assédio moral com toda a equipe, persegue e fica vigiando”, criticou.

O Mais Goiás entrou em contato com a Secretaria de Saúde (SES) e aguarda retorno.