Adulteração de equipamentos

Médicos suspeitos de reaproveitar materiais cirúrgicos descartáveis são alvo de mandados em GO e PR

Cateteres e outros equipamentos, que deveriam ser descartados após uso único, eram utilizados em até 15 cirurgias

Médicos de Goiás e do Paraná suspeitos de reaproveitar materiais cirúrgicos descartáveis são alvo de mandados de prisão e busca e apreensão. (Foto: Divulgação/PCPR)

Médicos urologistas de Goiás e do Paraná suspeitos de reaproveitar materiais cirúrgicos descartáveis são alvo de mandados de prisão e busca e apreensão. Cateteres e outros equipamentos, que deveriam ser descartados após uso único, eram utilizados em até 15 cirurgias. Operação, deflagrada nesta quarta-feira (11), cumpre 20 mandados judiciais em Goiânia, Rio Verde e outros três municípios da região Sul do país.

Segundo expõe a Polícia Civil do Paraná (PCPR), materiais que possuem custo de R$ 1,2 mil eram adquiridos pelos profissionais da saúde por R$ 250 a R$ 300 e reutilizados muitas vezes. A corporação explica que todos os equipamentos eram completamente descartáveis e nenhum órgão responsável pela área autoriza esterilização e reuso dos mesmos.

As investigações apontam que os materiais eram adulterados, através de esterilização ilícita no interior do Paraná, e revendidos à urologistas de diversas cidades. Conforme a apuração, os médicos compradores sabiam que os equipamentos eram irregulares e ainda assim adquiriam os produtos. Os materiais reaproveitados eram utilizados em cirurgias de pacientes particulares, resultando num lucro muito maior aos cirurgiões.

Três mandados de prisão e três de busca e apreensão foram cumpridos em Goiânia e Rio Verde, em Goiás. Outras 14 ordens judiciais são cumpridas  em Campo Mourão, Ivaiporã e Francisco Beltrão. Além de médicos, uma instrumentadora cirúrgica e a secretária de um dos profissionais também são alvo da operação. As investigações constataram que ambas tinham conhecimento da ilicitude dos procedimentos.

Os investigados da ação devem ser indiciados por associação criminosa, falsidade ideológica de documento particular e adulteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais.

Em nota, o Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego) afirmou que tomou conhecimento da operação pela mídia e espera que as denúncias sejam rapidamente esclarecidas pelas autoridades policiais competentes. A entidade disse ainda que vai apurar o caso para avaliar a conduta ética dos médicos goianos envolvidos na ação.