Liberdade

Médicos suspeitos de reutilizar materiais descartáveis são soltos

Decisão foi do juiz Givanildo Nogueira Constantinov, do Paraná. Médicos foram colocados soltos na última quarta-feira

Médicos de Goiás e do Paraná suspeitos de reaproveitar materiais cirúrgicos descartáveis são alvo de mandados de prisão e busca e apreensão. (Foto: Divulgação/PCPR)

Os três médicos que foram presos suspeitos de reutilizar materiais descartáveis em cirurgias foram soltos após decisão da Justiça do Paraná. Os urologistas Ronaldo Sesconeto e Camilo de Viterbo Idalino estavam detidos em Rio Verde. Já Daniel Rodrigues Magalhães estava preso em Goiânia. Todos passaram sete dias detidos. Eles foram soltos na última quarta-feira (18).

Ao portal G1, a defesa de Ronaldo disse que vai provar a inocência do cliente na Justiça. O advogado de Camilo comemorou o que classificou como “cumprimento da lei”. E disse que a prisão foi “um grade equívoco resolvido”. Também afirmou que a inocência do médico será provada na Justiça. A reportagem não conseguiu localizar a defesa de Daniel.

A decisão foi dada pelo juiz Givanildo Nogueira Constantinov. Nela, o magistrado destaca que as prisões foram revogadas, pois os esforços da operação policial já foram realizados, as oitivas colhidas e não já justificativa para mantê-los presos ou fazer a conversão de temporária para preventiva. Os outros urologistas que estavam presos no Paraná também foram soltos com a decisão.

De acordo com a Polícia Civil paranaense, os materiais que possuem custo de R$ 1,2 mil eram adquiridos pelos profissionais por R$ 250 a R$ 300. E eram utilizados diversas vezes nos pacientes. A corporação afirma que os materiais eram completamente descartáveis e nenhum órgão responsável pela área autoriza esterilização e reuso.

Ainda de acordo com as investigações, cateteres e outros equipamentos foram apreendidos. A adulteração acontecia da seguinte forma: os materiais eram esterilizados no interior do Paraná e revendidos a urologistas de diversas cidades. A apuração mostra que os médicos sabiam que os equipamentos eram irregulares. Eles eram utilizados em cirurgias e, com o baixo custo, proporcionaria lucros maiores aos cirurgiões.

Em Goiás, três mandados de busca e apreensão e três de prisões foram cumpridos em Goiânia e Rio Verde no dia 11 de dezembro. Outras 14 ordens judiciais foram cumpridas em municípios paranaenses. Uma instrumentadora cirúrgica e secretária de um dos médicos também foram alvos da operação. As investigações mostram que ambas tinham conhecimento da ilicitude dos procedimentos.

*Com informações do G1 Goiás