Estelionato

Megaoperação prende 17 suspeitos de envolvimento no golpe do novo número

Somente no ano passado, grupo fez três vítimas em São Paulo; uma delas repassou R$ 115 mil à quadrilha

Prisões ocorreram em cidades da região metropolitana de Goiânia (Foto: divulgação/PC)

Uma megaoperação da Polícia Civil de Goiás prendeu, nesta terça-feira (30), 17 suspeitos de envolvimento no chamado “golpe do novo número” em cidades da região metropolitana de Goiânia. Até agora, três vítimas da quadrilha já foram identificadas, mas a suspeita é de que a quantidade de participantes seja pelo menos 20 vezes maior.

Agentes do Grupo de Repressão a Estelionatos e Outras Fraudes (GREEF) da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic) chegaram aos nomes de vários suspeitos após uma operação deflagrada em março do ano passado. “Naquela ocasião, ao investigarmos uma quadrilha que lesou três moradores de São Paulo, nós prendemos cinco pessoas. Através dos depoimentos delas e do cruzamento de algumas informações, identificamos agora 24 suspeitos, sendo que 22 deles tiveram suas prisões temporárias decretadas pela Justiça”, descreveu o delegado Willian Bretz.

Durante toda a manhã de hoje, mais de 100 agentes, de várias delegacias especializadas, saíram em busca dos suspeitos em Goiânia, Senador Canedo, Goianira e Bonfinópolis. Além das 17 prisões, os policiais também cumpriram 10 mandados de busca e apreensão. Um dos investigados foi autuado em flagrante por tráfico de drogas depois que os policiais encontraram, na casa dele, uma grande quantidade de maconha.

A expectativa da polícia é de que os outros cinco investigados que também tiveram suas prisões decretadas sejam localizados até o final da tarde. Eles responderão por estelionato, associação criminosa e lavagem de capitais, crimes que, somados, têm pena que pode passar de 10 anos de reclusão. Nomes e idades dos investigados não foram divulgados.

R$ 100 mil em golpes

De acordo com as investigações conduzidas pelo GREEF da Deic, somente uma idosa que mora em São Paulo, enganada no início do ano passado, repassou R$ 115 mil à quadrilha. A suspeita da polícia, porém, é de que os criminosos tenham faturado mais de R$ 300 mil, já que teriam aplicado golpes não apenas contra os três moradores de São Paulo que já foram identificados, mas a dezenas de outras pessoas, em diferentes localidades do Brasil.

As investigações mostram que os criminosos criam um novo número de whatsapp, entram em contato com vítimas potenciais e se passam por filhos dessas pessoas. A idosa que obteve prejuízo superior a R$ 100 mil pensava estar transferindo dinheiro para que um filho fizesse uma surpresa para a irmã dele.

A orientação da polícia é de que, em nenhuma situação, a pessoa repasse qualquer quantia para a conta de terceiros ou desconhecidos após receber uma mensagem pelo whatsapp. No caso de dúvida, reforça o delegado, a pessoa deve tentar falar com o número antigo do parente, ou exigir que o solicitante faça uma ligação de vídeo.