Melão com sangue foi prova determinante para vincular namorado ao sumiço da gerente, aponta PC
Corpo de Fernanda Souza Silva, 33, foi encontrado carbonizado no final da noite de quarta-feira (19) em uma região de mata entre Caldas Novas e Piracanjuba
Um melão sujo de sangue, segundo o delegado Antônio André Santos Júnior, titular da Delegacia de Bela Vista de Goiás, deu à polícia a certeza de que o namorado da gerente de supermercado Fernanda Souza Silva, de 33 anos, estava envolvido no desaparecimento dela, registrado no último dia 13/2. No final da noite de quarta-feira (19), a polícia localizou o corpo da vítima, que havia sido carbonizado e enterrado por Allan Pereira dos Reis, de 25 anos, em uma região de mata entre Caldas Novas e Piracanjuba.
Fernanda Souza foi vista com vida pela última vez na noite do último dia 12, quando saiu da casa onde morava sozinha, em Bela Vista de Goiás, em seu veículo Fiat Uno de cor vermelha. Após não conseguir contato com a filha, a mãe da gerente procurou a delegacia da cidade e relatou o desaparecimento. Ela desconfiava da maneira como a mulher supostamente respondia as mensagens no WhatsApp.
“Na sexta-feira já desconfiamos do namorado, já que apresentava versões distintas para PC e PM. Depois, ouvimos a mulher do suspeito, que afirmou ter sida levada por ele para fazer compras em um Uno Vermelho. No depoimento ela revelou ter estranhado ver manchas de sangue em um melão que ele apanhou do assoalho do carro. Aí tivemos a certeza do envolvimento dele no desaparecimento”, relatou o delegado.
Usando um identidade falsa, Allan Pereira foi preso na tarde de terça-feira (18) em Marianópolis, no Tocantins, de onde, segundo a polícia, pretendia fugir para o Estado do Pará. Ao chegar em Goiânia na quarta (19), ele levou os policiais ao local onde havia queimado e enterrado o corpo da gerente. O carro dela já havia sido encontrado abandonado no final da manhã de ontem na zona rural de Bela Vista de Goiás.
O crime
Segundo apurou a polícia, Allan Pereira primeiro enforcou Fernanda Souza com um golpe conhecido como “mata leão”, antes de matá-la a pauladas. Na sequência, abandonou o corpo entre Piracanjuba e Caldas Novas, voltando ao local no dia seguinte para queimá-lo e enterrá-lo. Em depoimento, ele afirmou que cometeu o crime após uma acalorada discussão, em que a gerente teria chamado os filhos dele de “bastardos”.
A versão, porém, é contestada pela polícia, que acredita ter Allan premeditado toda a ação, uma vez que, no dia seguinte ao assassinato, usou o carro e o cartão da vítima para fazer compras com a ex-mulher e os dois filhos menores. “As investigações continuam, mas seja latrocínio ou feminicídio, o fato é que ele matou por muito pouco”, concluiu Antônio André.