INHUMAS

Membros de ONG são presos suspeitos de se passar por fiscais para dar golpes

Segundo Miguel Mota, delegado do caso, toda a ONG pode estar envolvida no esquema criminoso

Dois membros de uma Organização Não Governamental (ONG) foram presos na manhã da última quarta-feira, 23, no município de Inhumas, suspeitos de se passar por fiscais ambientais para aplicar golpes em empresários. Há a suspeita de que toda a ONG possa estar sendo usada para fins criminosos no município.

Conforme informações do delegado Miguel Mota, responsável pelo caso, a dupla foi presa após denúncia de uma vítima. Os suspeitos, que pertencem à ONG Guardiões do Verde, escolhiam empresários à frente de construções civis de Inhumas e, segundo o delegado, cumpriam um modus operandi padrão. “Eles iam até as obras e se diziam fiscais do Ibama, chegaram até a dizer que eram policiais e que estavam fazendo a fiscalização. Tiravam fotos no local e diziam para o empresário que havia irregularidades nessas obras”, relata Mota.

Para “sanar” o problema das supostas irregularidades, os suspeitos, então, cobravam quantias em espécie, o que dificultava a identificação dos homens em caso de denúncia. De acordo com o delegado, a vítima denunciante teve que desembolsar R$ 4 mil diante das exigências dos falsos fiscais que, conforme Mota, trajavam fardas que induziam o empresário a pensar que realmente se tratavam de agentes públicos.

Foto: Reprodução/Blog Zap Inhumas

“Eles usavam umas fardas, que foram apreendidas, que não são oficiais mas têm aquela feição militar. Dessas que dá pra comprar em qualquer loja de militaria […].  Eles também tinham essa carteirinha onde estava escrito ‘agente ambiental’, e chegavam com essa postura para intimidar os empresários”, detalha Mota.

Depois de fazer o pagamento da “multa”, o empresário vítima dos suspeitos entrou em contato com o engenheiro ambiental da obra e foi informado que não havia irregularidades no local. Foi então que decidiu procurar a polícia.

Toda a ONG pode estar envolvida, diz delegado

O delegado Miguel Mota revela que a Polícia Civil já havia recebido denúncias sobre a ONG Guardiões do Verde mas, até o momento, não havia identificado nenhuma vítima, quadro que mudou com a denúncia do empresário e que levou à prisão de dois suspeitos. Mas para o delegado, o esquema criminoso pode não estar restrito à dupla.

“Eu acredito que toda ONG toda pode estar envolvida. Na ocasião da prisão em flagrante, um indivíduo estava com esse que foi preso. Ele estava a umas duas quadras de distância, numa motocicleta, mas quando viu a movimentação da polícia, ele evadiu, mas já o identificamos e vou pedir a prisão dele”, diz o delegado.

Após a prisão do primeiro suspeito, o homem que seria o chefe do esquema também foi capturado. De acordo com Mota, duas vítimas foram identificadas até o momento e as investigações contra a ONG seguem.

Com a dupla, os policiais apreenderam quantias em dinheiro, documentos, carteiras com identificação de membros da ONG, além de uma farda com feições militares. Os suspeitos presos responderão pelos crimes de associação criminosa e estelionato.

A reportagem do Mais Goiás tentou contato com a ONG Guardiões do Verde mas não obteve sucesso. O espaço permanece aberto.