Investigação

Menino de 6 anos morre afogado em piscina de clube no Setor Jaó; PC apura o caso

A criança estava acompanhada da mãe e de um tio, os quais perceberam seu sumiço e iniciaram buscas pelo estabelecimento. Entre seis e 10 minutos depois, um banhista percebeu o garoto no fundo de uma piscina voltada para adultos

Um menino de seis anos de idade morreu afogado no fim da tarde de domingo (14) em uma das piscinas do Clube Jaó. De acordo o relato de testemunhas ao Corpo de Bombeiros, o garoto D.G.B. permaneceu submerso por um período de seis a 10 minutos e, após ser removido inconsciente da água, não respondeu às tentativas de reanimação iniciadas por uma médica e um socorrista que estavam no local em horário de lazer. Acionados bombeiros e agentes do Serviço Móvel de Urgência deram apoio, mas o óbito foi constatado após cerca de uma hora.  O caso é investigado pela Polícia Civil (PC).

O delegado Marco Aurélio Euzébio, plantonista da Delegacia de Investigação de Homicídios (DIH), afirmou ter conversado informalmente com familiares. “A vítima estava acompanhada da mãe e de um tio os quais, em determinado momento, deram falta da criança e iniciaram buscas por ela no clube. Cerca de 10 minutos depois, alguém percebeu que havia uma criança no fundo de uma das piscinas e gritou por ajuda. Foi quando retiraram o garoto, mas, infelizmente, já era tarde”.

De acordo com Euzébio, testemunhas, familiares, responsáveis do clube e guarda-vidas serão intimados para prestarem esclarecimentos. “Vamos também requisitar imagens do circuito de segurança. Tentamos obtê-las ontem, mas o chefe do departamento estava em viagem e só ele tem a senha. Por isso, iremos fazer uma nova solicitação”.

O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML), onde estava até o fechamento desta matéria. Conforme expôs uma funcionária do órgão, a qual não quis ter sua identidade revelada, a criança já passou por exames necropsiais e aguarda remoção por uma funerária. “A família está neste momento na Prefeitura para obter documentação necessária para retirada do corpo”.

A redação entrou em contato com o Clube Jaó e aguarda manifestação da empresa sobre o caso.

Ressuscitação

Enfermeira do Samu, Lorena Nunes da Cruz Rezende, que participou dos procedimentos de ressuscitação, revelou detalhes do atendimento ao Mais Goiás. “Quando chegamos, cerca de 10 minutos após o chamado, uma ambulância dos Bombeiros já estava realizando procedimentos. Demos apoio ao trabalho, com intubação, compressões torácicas e aplicação de medicamentos, como adrenalina. Auxiliamos em trabalho de equipe por mais 40 minutos, mas ao fim, o médico de nossa unidade pôde apenas constatar o óbito”.

Segundo a profissional, a mãe da criança conversou com as equipes. “A piscina é bem grande e é dividida, por uma passarela, em duas partes, uma rasa e outra funda. Segundo a mãe, a criança estava em um cantinho da parte rasa quando saiu para fazer mamadeira para uma filha mais nova. O garoto ficou aos cuidados de um tio. Não sabemos o que houve, não sabemos se foi distração, mas a criança caiu na parte mais funda. A família só a localizou entre seis e 10 minutos depois do ocorrido, no fundo da piscina”.

O Corpo de Bombeiros ressaltou que chegou ao local minutos depois do chamado, que ocorreu por volta das 18h. Lá, uma médica – usuária do clube – já realizava procedimentos de reanimação na criança, que foi retirada da água inconsciente. “Ao chegarmos ao local a criança já havia sido retirada do meio líquido e estava inconsciente. Foram aplicados os procedimentos pertinentes ao caso, mas não obtivemos sucesso em reanima-la”, consta na ocorrência registrada.

O portal também conseguiu contato com um banhista que ajudou o salva-vidas a retirar o corpo do garoto da água. “O socorrista localizou o corpo, como eu estava próximo, o ajudei a retirá-lo da água. Acredito que ele tenha ficado lá por muito tempo, porque a temperatura dele estava muito baixa. Bem em frente tem uma câmera do clube, a qual com certeza filmou tudo. Logo depois, uma médica e uma bombeira iniciaram a reanimação. A gente frequenta lá há anos e esse foi um episódio muito triste”, lembra ele, que pediu para ter o nome preservado.