INVESTIGAÇÃO

Mensagem atribuída a ginecologista preso em Anápolis faz insinuações a paciente que perguntava sobre contraceptivo

"Posso testar", diz a uma paciente que pergunta se anel vaginal pode incomodar parceiro

Mensagem atribuída a ginecologista preso em Anápolis faz insinuações a paciente que perguntava sobre contraceptivo (Foto: Polícia Civil)

O ginecologista Nicodemos Júnior Estanislau Morais, suspeito de crimes sexuais contra pacientes e preso em Anápolis na quarta (29), pode ter enviado mensagens com insinuações eróticas a uma mulher que fazia perguntas sobre método contraceptivo a ele. O G1 teve acesso a uma conversa de aplicativo que é atribuída a ele.

A paciente questiona se o contraceptivo (um anel vaginal) não atrapalha na relação sexual e se o parceiro não sente. “Não vai incomodar?”, emenda. O médico, então, responde: “Bom, minha namorada já usou e eu não percebi diferença alguma. Posso testar kkk (sic). Brincadeira.”

A conversa, que ocorreu em julho de 2020, foi encerrada em seguida. A Polícia Civil informou que a troca de mensages e a insinuação ocorreu após uma consulta. Inclusive, segundo a corporação houve violação sexual mediante fraude no atendimento.

Destaca-se, 41 mulheres já formalizaram denúncia contra o ginecologista até esta sexta-feira (1º).

Mensagens eróticas do ginecologista

A Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) chegou até o homem após denúncias feitas por três pacientes. Os relatos apresentados por elas são semelhantes ao descrito por uma vítima da Capital Federal. De acordo com as investigações, o ginecologista chegou a ser condenado em Brasília por violação sexual mediante fraude.

Conforme as apurações da polícia, o médico mandava livros, vídeos e falava frases eróticas para as vítimas. Segundo a delegada Isabella Joy, titular da DEAM Anápolis, Nicodemos agia da mesma forma com as pacientes durante as consultas ou procedimentos de exames.

Ele também deve responder pelo crime de estupro de vulnerável. A delegada Isabella Joy afirmou na quinta-feira (30) que uma das vítimas foi abusada aos 12 anos de idade. O número de denúncias também aumentou. De acordo com a delegada, o médico cometeu atos libidinosos contra a menor na cidade de Anápolis.

O delegado Vander Coelho, titular da 3ª Delegacia Regional da Polícia Civil, disse que será necessário solicitar reforço de escrivães de outras unidades do estado para auxiliar no atendimento na Deam em Anápolis. Já ligaram na delegacia vítimas de Abadiânia, Goiânia, Pirenópolis, Brasília e Pará.