41 detidos

Mensagens em celular de preso mostram como age facção criminosa em Goiás

Aparelho foi apreendido ontem durante operação que prendeu 41 suspeitos de comandar roubos, tráfico de drogas e de armas, bem como assassinatos em 13 cidades

Era por meio de mensagens de celular, segundo apurou a Polícia Civil (PC), que um preso ligado a uma facção criminosa carioca, que aguardava julgamento por tráfico de drogas na cadeia de Itaberaí, comandava crimes em 13 diferentes cidades do Estado. O smartfone, que mostra como agem os integrantes da quadrilha comandada por Iago Roberto Mendonça, foi apreendido durante operação que prendeu 41 suspeitos nesta quinta-feira (22), em Goiás.

Segundo as investigações, a quadrilha presa durante uma ação conjunta entre policiais Civis, Militares, Rodoviários Federais e agentes da Diretoria Geral de Administração Penitenciária (DGAP), atuava no roubo de caminhonetes, cargas e pessoas. além de desempenhar atividades no tráfico de drogas e de armas, bem como homicídios. No celular apreendido com Iago, os agentes encontraram mensagens onde ele determina o roubo de uma caminhonete, dá dicas para os comparsas assaltarem um feirante e cobra pagamento pela venda de drogas.

(Foto: divulgação/SSP)

Do lado de fora da cadeia, segundo a polícia, Iago tinha, como homem de confiança, Marcos Vinícius Cardoso Espíndola, que também foi preso durante a operação.  O alto grau de organização da quadrilha chamou a atenção dos investigadores, já que cada um dos membros tinha uma função definida, como um responsável por garantir a entrada de celulares em cadeias; outro por distribuir comida e drogas para presos; outros por praticar roubos e assassinatos; e um que era chamado de “geral da rua”, responsável por determinar onde os comparsas deveriam atuar.

Dos 41 presos durante a ação, oito são mulheres, incluindo Michele Ribeiro Ferreira e Flaya Lúcia C. Silva, esposas de Iago e Marcos Vinícius. As duas, segundo a polícia, eram responsáveis pela negociação das drogas e recebimento do dinheiro proveniente das ações criminosas.
As investigações, que duraram seis meses, tiveram início depois que um promotor de justiça e uma delegada que atuavam em Itaberaí foram ameaçados de morte.

“Nós não vamos divulgar quais foram as ameaças e nem quem são as autoridades por questão de segurança, agora o recado foi dado, não deixaremos que qualquer agente público de Goiás seja intimidado por criminosos”, relatou o delegado Alexandre Bruno, adjunto da Delegacia Estadual de Repressão aos Roubos e Furtos de Cargas (Decar).

(Foto: divulgação/SSP)

Dos 47 mandatos de prisão expedidos ontem, 41 foram cumpridos, sendo 10 deles contra suspeitos que já estavam em alguma unidade prisional do estado. Sete suspeitos ainda não foram localizados. Até agora, a polícia já conseguiu atribuir aos envolvidos pelo menos 13 homicídios. “Vamos concentrar o trabalho agora na apuração de todo o material apreendido, que pode tanto elucidar outros crimes como também identificar novos integrantes dessa organização” relatou a delegada Carla do Bem, titular da Decar.

Todos os presos foram encaminhados para o Núcleo de Custódia, presídio de segurança máxima, localizado no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia.