Mês da conscientização do Autismo é tema do Mais Goiás.doc
Profissionais relatam sobre sintomas, tratamentos e níveis de autismo
O mês da conscientização do Autismo, Abril Azul, é tema do Mais Goiás.doc dessa semana. O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um distúrbio no desenvolvimento cerebral, que pode ser caracterizado por manifestações comportamentais, dificuldades na comunicação e na interação social, padrões de comportamentos repetitivos e estereotipados e interesses restritos em atividades. Assista ao documentário no final da reportagem e veja os relatos de profissionais e de pessoas que convivem com o autismo.
Mais Goiás.doc: Sintomas de Autismo e diagnóstico
De acordo com o pediatra Fabio Pessoa, para que o diagnóstico seja feito é preciso fazer uma avaliação criteriosa no desenvolvimento da criança (ou do adulto). Porém, os sintomas mais comuns em crianças são: não atender pelo nome, não se comunicar, não apontar, não dar atenção ao que o adulto fala, brincadeiras estereotipadas e repetitivas (como enfileirar os brinquedos), sensibilidade a determinados barulhos e alteração sensorial em relação à alimentação.
O médico diz que geralmente as famílias buscam ajuda quando percebem o atraso na fala, mas alerta que esse aspecto não está presente em todos os quadros de autismo e, por isso, o paciente deve passar pela avaliação por parte dos médicos especialistas.
Em adultos, segundo a neuropsicóloga Maria Daniela Chagas, os sintomas são bem parecidos com os sintomas das crianças, mas são voltados às atividades da vida adulta como: relacionamentos amorosos, trabalhos e à comunicação de forma geral.
A psicopedagoga Fonsina Manoel de Souza ressalta a importância de um diagnóstico precoce quando o paciente ainda é criança, para que ele possa ter uma melhor qualidade de vida e uma melhor desenvolvimento no quadro quando for adulto. “Tem muitas pessoas que não são diagnosticadas na infância, só depois de adultos. Então, ele [autista] passou por todo um processo de dificuldades que não precisaria ter passado”, alerta.
Autismo: Vivendo com o diagnóstico
Iria Poliana Brito é confeiteira e tem um filho autista, Felipe Alves de 9 anos. Segundo ela, os primeiros sintomas foram descobertos a partir de 1 ano e 6 meses, quando ele não atendia ao chamado dos pais, andava nas pontas dos pés, ainda não havia desenvolvido a fala, assistia o mesmo desenho por diversas vezes e tinha comportamentos agressivos.
Aos dois anos de idade, Felipe recebeu o diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA). Para Iria Poliana, essa foi a parte mais difícil. “Acredito que não só para mim, mas para todas as mães, o momento mais difícil é receber o diagnóstico. Porque, a princípio, parece que a gente vive um luto como mãe”.
Apesar da fase de luto, a confeiteira diz que, após o começo dos tratamentos, o filho já evoluiu muito.
Preconceito e desinformação
A psicóloga Silviane Ferreira dos Santos Rocha diz que a família precisa aceitar o autismo na criança ou no adulto e sempre buscar informações com os profissionais sobre o desenvolvimento do paciente. “Se a família aceita [o autismo], ela também vai aceitar o processo de tratamento”.
A neuropsicóloga Maria Daniela Chagas diz que a família sempre deve estar inserida no tratamento da criança. “Os pais precisam estar inseridos na terapia, precisam entender sobre o tratamento, precisam entender sobre o ABA (Applied Behavior Analysis), como fazer ABA em casa”.
A fonoaudióloga Michele Paz relata que muitas vezes o preconceito começa dentro de casa, mas pode acontecer também durante o processo socialização nas escolas, já que as outras crianças não aceitam que os autistas têm dificuldades no abraçar, na comunicação e que eles têm suas particularidades. Pela falta de informação, essas crianças acabam excluindo os autistas.
Por isso, a profissional alerta para que o assunto seja dito nas escolas, para que haja inclusão durante o aprendizado e nos momentos de recreação dessas crianças.
Assista ao documentário completo: