Mesmo com equipamentos sem uso, prefeitura renova contrato milionário com empresa de raio-x
Mesmo com a compra de 13 aparelhos de raio-x e a denúncia por parte da Comissão…
Mesmo com a compra de 13 aparelhos de raio-x e a denúncia por parte da Comissão Especial de Inquérito (CEI) que investiga irregularidades na Saúde de que 12 deles estariam parados e sem uso no Almoxarifado da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), a prefeitura renovou o contrato com uma empresa privada que terceiriza o serviço. A renovação foi assinada no dia 27 de abril de 2018, mas só foi publicado no Diário de Contas do Município nesta quarta-feira (9).
Conforme consta no documento divulgado pela Prefeitura, o contrato com a empresa Techcapital Diagnósticos & Equipamentos Médico-Hospitalares Ltda foi renovado por mais um ano (contando a partir do dia 29 de abril de 2018) e custou R$ 6.321.600. O montante é proveniente do Fundo Municipal de Saúde.
Durante visita técnica realizada pela CEI da Saúde ao Almoxarifado da SMS, em Goiânia, no dia 12 de dezembro de 2017, o vereador Jorge Kajuru (PRP) destacou que dos 13 aparelhos de raio-X comprados, sete ainda estavam guardados e intactos nas caixas em que chegaram ao depósito. “Nos Cais e nos postos de saúde não há aparelhos desses. A Prefeitura paga o serviço de radiografia para a iniciativa privada, sendo que tem aparelhos novos para serem usados”, argumentou.
Mais tarde, após continuidade das investigações da CEI, o vereador e relator da comissão, Elias Vaz (PSB) apontou que, em dois anos, o contrato entre a Prefeitura e a Techcapital custou R$11.242.913,70 aos cofres públicos. A empresa é responsável por fornecer o serviço de raio-x à rede municipal de saúde desde 2014.
Além dos aparelhos parados, Elias aponta também que há 93 funcionários responsáveis pela realização do exame formalmente contratados pela Prefeitura. “Esses funcionários estão ociosos, boa parte deles não tem o que fazer, porque eles foram contratados para manuseio desse equipamento. Nós recebemos denúncia de que há unidades de saúde em que deveria haver um técnico em radiologia e há três”, conta.
O relator da Cei aponta que o problema não é recente e a secretária de saúde, Fátima Mrué, foi alertada sobre a questão há cinco meses atrás. Contudo, conforme relata Elias, nenhuma providência foi tomada pela SMS desde o alerta.
Procurada, a SMS não respondeu à solicitação de resposta do Mais Goiás.