CAMPANHA

79% do público até cinco anos já se vacinou contra pólio em Goiás; meta é 95%

"Graças à vacina e a grandes campanhas, conseguimos erradicar a paralisia infantil", diz Flúvia Amorim

No fim de maio, o governo de Goiás lançou a “Campanha Nacional de Vacinação contra Poliomielite 2024”, que segue até esta sexta, 14 de junho. A meta é vacinar, no mínimo, 95% das crianças de 1 ano a menores de 5 anos de (426.917 crianças) no Estado. Conforme dados da secretaria de Saúde (SES-GO), foram 79,42% até o último dia 27.

Superintendente de Vigilância em Saúde, Flúvia Amorim cita que, no passado, a paralisia infantil ou pólio, como também é conhecida, levou muitas crianças a óbito, além de deixar muitos adultos sequelados. “Graças à vacina e a grandes campanhas, conseguimos erradicar a paralisia infantil.” Ela lembra que o último caso de poliomielite no Brasil ocorreu em 1989, em Sousa (PB).

Porém, desde 2015, ela diz que as autoridades observam quedas gradativas na cobertura, o que gera risco do retorno da doença. “A vacina é muito importante, pois não é um ato individual, mas coletivo.” Segundo ela, a partir do momento em que se tem 95% de todas as crianças vacinadas, mesmo que alguém de fora do País chegue contaminado no Brasil, o baixo número de não imunizados acaba protegido e a doença não dissemina.

“Então vão ter tão poucas não imunizadas, que o vírus não conseguirá ser transmitido e formar uma nova cadeia”, completa. Ela explica que, a partir do momento que a criança toma a vacina (um vírus inativado), esta entra no organismo, que identifica e produz anticorpos, impedindo que o mesmo se replique e passe para outros. “A vacina é segura, é uma das mais antigas que temos.”

Ainda sobre a baixa cobertura, Flúvia lamenta a queda. Ele afirma que isso pode acarretar o retorno de doenças erradicadas ou falta de controle de doenças que já estavam controladas. “Então, os pais devem realmente se atentar e ter medo, porque se eu deixo de vacinar, corro o risco de colocar a criança em risco com uma doença que pode ser grave, que pode causar morte ou deixar as sequelas irreversíveis”, finaliza.

Campanha

No último sábado (8), foram aplicadas 25.553 doses no ‘Dia D’ de mobilização contra a paralisia infantil, em todo o território goiano. A campanha de vacinação segue até esta sexta-feira. De acordo com dados da SES, a cobertura vacinal da polio em Goiás foi de 78,92%, em 2023. Já em 2024, o percentual está em 79,42%, apontando melhora, mas distante do preconizado pelo Ministério da Saúde, que é de 95% para a poliomielite.

Depois que a campanha for encerrada, as doses continuarão disponíveis para a população, mas a recomendação é que os pais e responsáveis procurem as unidades de saúde o quanto antes.

Sobre a poliomielite

A poliomielite é uma doença contagiosa aguda e grave caracterizada por um quadro de paralisia flácida causada pelo poliovírus selvagem (PVS) tipo 1, 2 ou 3, que em geral acomete os membros inferiores de forma irreversível e pode levar à morte. A vacinação é fundamental para a redução do risco de reintrodução do poliovírus no Brasil.

Atualmente, existem dois países endêmicos, Paquistão e Afeganistão. Dados da OMS, atualizados de 1º de janeiro a 23 de abril de 2024, mostram que foram confirmados 13 casos de poliomielite, sendo seis no Afeganistão e sete no Paquistão. Com a circulação de pessoas, o perigo é que o vírus volte a circular no Brasil.