Militar acusa motorista de recusar viagem após descobrir que ela é cadeirante, em Luziânia
A vítima sofreu um acidente há cinco anos, resultando em perda dos movimentos das pernas.
Uma militar reformada da Força Aérea Brasileira, 44 anos, registrou um boletim de ocorrência em Luziânia, no Entorno do Distrito Federal, após ser vítima de discriminação por parte de um motorista de aplicativo. De acordo com a militar, o motorista teria recusado a viagem ao descobrir que ela é cadeirante.
O incidente ocorreu no dia 11 de outubro, quando a vítima solicitou uma corrida para ir ao banco. Um vídeo registrado pela câmera de segurança de sua residência mostra o momento em que ela se aproxima do carro, acompanhada de sua filha. De acordo Karolina Vieira, ao perceber que ela é cadeirante, o motorista desiste da corrida e arranca com o veículo. A militar registrou o boletim de ocorrência no dia 29 do mesmo mês.
Karolina, que sofreu um acidente aos 39 anos e perdeu os movimentos das pernas devido a uma lesão na coluna, explicou que sua cadeira de rodas é desmontável e pode ser facilmente armazenada dentro do carro. No depoimento, ela relatou que o motorista questionou se a cadeira de rodas também seria transportada no veículo e, ao receber a confirmação, informou que não faria a viagem e arrancou com o veículo, deixando-a no local.
O caso foi registrado como discriminação de pessoa com deficiência, e a Polícia Civil de Luziânia iniciou as investigações para apurar as circunstâncias e a conduta do motorista. A vítima relatou à polícia que o comportamento do motorista foi claramente discriminatório, pois não havia nenhum outro motivo para a recusa da corrida.
Até o momento, não foi possível contatar a defesa do condutor para que se manifestasse sobre o ocorrido. O espaço permanece aberto para manifestações.
A empresa Uber se manifestou por meio de nota. Veja a íntegra do documento:
“A Uber lamenta o caso e ressalta que não tolera qualquer forma de discriminação em viagens pelo aplicativo. Temos como política que os motoristas parceiros cumpram a legislação que rege o transporte de pessoas com deficiência. A plataforma também se coloca à disposição para colaborar com as investigações, na forma da lei. Além disso, em parceria com o MeToo, a Uber conta com um canal de suporte psicológico, que será disponibilizado para a usuária.
Nos casos em que usuários sentirem que o tratamento dado pelo parceiro não foi respeitoso, ou que desrespeitou os termos da lei, ressaltamos sempre a importância de reportarem esses incidentes à Uber, para que possamos tomar as medidas necessárias. Conforme explicitado no Código da Comunidade, casos comprovados de motoristas que adotem conduta discriminatória podem levar à perda de acesso à plataforma.
A Uber tem o compromisso de promover respeito, igualdade e inclusão para todas as pessoas que utilizam o nosso app. Neste sentido, a plataforma fornece diversos materiais informativos a motoristas parceiros sobre como tratar cada usuário com cordialidade e respeito e possui um guia de acessibilidade que tem como objetivo apoiar os motoristas parceiros com informações sobre como ter interações positivas e respeitosas com usuários que têm alguma deficiência. A Uber inclusive abordou o tema no quinto episódio do Uber Cast“.