Militares fazem vaquinha para ajudar PMs que agrediram advogado em Goiânia
Em duas semanas de campanha, os militares conseguiram arrecadar R$ 4,3 mil até a última terça-feira (5)
Militares de Goiás estão realizando vaquinha para ajudar os PMs envolvidos na abordagem que culminou na agressão do advogado Orcélio Ferreira Silvério Júnior, em Goiânia. O caso ocorreu no dia 21 de julho deste ano e cinco policiais respondem na Justiça pelo crime de tortura. Um deles, inclusive, chegou a ser preso no mês de setembro.
As informações acerca da vaquinha estão sendo concentradas em um grupo do WhatsApp chamado de “Vaquinha Guerreiros Giro”. Em duas semanas de campanha, os militares conseguiram arrecadar R$ 4,3 mil até a última terça-feira (5).
Em um comunicado no grupo, os policiais reafirmaram a intenção do auxílio. “Resolvemos realizar essa vaquinha para ajudar os irmãos de farda. São cinco policiais que estão tendo custos altos com advogados, sem contar nas famílias que ficarão desamparadas”, diz trecho.
Relembre o caso do advogado agredido por PMs em Goiânia
O advogado Orcélio Ferreira Silvério Júnior acusa policiais militares do Giro de agressão e tortura após, supostamente, ele ter tentado defender um flanelinha de ameaças e violências por partes dos agentes. Em um vídeo, um policial aparece desferindo socos em um homem que seria o advogado. O caso ocorreu no dia 21 de julho em em frente ao Centro Comercial Praça da Bíblia, no Setor Leste Universitário, em Goiânia.
Em setembro, o Ministério Público de Goiás (MP-GO) denunciou cinco policiais militares pela prática do crime de tortura. Segundo o órgão, são alvos da denúncia: cabo Robert Wagner Gonçalves de Menezes e os soldados Idelfonso Malvino Filho, Diogenys Debran Siqueira e Wisley Liberal Campos.
Ainda de acordo com o MP-GO, os PMs já foram afastados cautelarmente de suas atividades policiais ostensivas, devendo ser alocados em atividades administrativas. Além disso, eles já tiveram suspenso o porte de armas e o recolhimento do armamento oficial já foi determinado
Prisão decretada
A Justiça expediu um mandado de prisão preventiva contra o tenente Gilberto Borges da Costa, do Grupamento de Intervenção Rápida Ostensiva (Giro) da PM, pelo caso das agressões ao advogado Orcélio Ferreira Silvério, ocorridas em 21 de julho. A prisão cautelar decorre para “garantia da conveniência da instrução criminal”.
À época do caso, a PM declarou o que segue:
A abordagem da equipe do GIRO foi motivada por denúncia de extorsão e ameaça praticada por um “flanelinha” que, segundo o denunciante, estava coagindo as pessoas a pagarem para estacionar veículos em via pública, em frente ao terminal da praça da bíblia. Foi verificado no sistema de segurança pública, que o “flanelinha” possui registros com histórico criminal de roubo, ameaça, desacato e três mandados de prisão cumpridos, estando atualmente em liberdade condicional.
De acordo com relatos da equipe do GIRO, durante a realização da abordagem ao referido “flanelinha”, uma pessoa que disse ser ADVOGADO, invadiu o perímetro de segurança, porém ao ser solicitado que mostrasse sua identificação, este se recusou e ainda desferiu um soco no rosto de um dos policiais militares, quando o policial tentou afastá-lo do local da abordagem.
Após a abordagem, todos os envolvidos foram conduzidos para a central de flagrantes da polícia civil para as devidas providencias legais.
Ao tomar conhecimento das imagens publicadas, a Polícia Militar instaurou um Procedimento Administrativo Disciplinar para apurar os fatos e ainda determinou o afastamento das atividades operacionais, do policial militar envolvido na abordagem.
A Polícia Militar reforça que não compactua com qualquer tipo de excesso e que o caso está sendo apurado com o devido rigor.”