‘Minha mãe também foi espancada’, diz filha de cozinheira asfixiada no trabalho
Gilmara Silva foi encontrada caída na lavanderia da casa de seus patrões
A cozinheira Gilmara de Almeida Silva, de 45 anos, foi espancada antes de ser morta por asfixia na casa onde trabalhava, em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio. É o que conta a universitária Michelle de Almeida, de 24 anos, filha de Gilmara. Foi ela que fez o reconhecimento do cadáver da mãe no Instituto Médico Legal (IML). Segundo Michelle, a mãe tinha hematomas grandes nas pernas e braços e sangue saindo do nariz e do ouvido.
— Eram marcas roxas grandes nas pernas e braços, parecia que ela tinha acabado de sair de uma briga. Os médicos que a atenderam no hospital também disseram que as lesões foram causadas por agressões — conta Michelle. O crime aconteceu na última quinta-feira.
Gilmara deu entrada no Hospital Federal Cardoso Fontes, após ser socorrida pelos dois filhos e pelo cuidador de seus patrões, um casal de idosos. No entanto, ela não resistiu aos ferimentos. O atestado de óbito revelou que a mulher foi morta por asfixia mecânica. Os filhos dos patrões só disseram aos parentes de Gilmara que foram ao hospital que a mulher havia sido encontrada caída na lavanderia da casa.
A Delegacia de Homicídios investiga o caso. Parentes da vítima já foram ouvidos e vários objetos que pertenciam a ela e estavam na casa dos patrões foram apreendidos por agentes da especializada, como o celular da cozinheira. Segundo Michelle, o aparelho estava sujo de terra quando chegou à DH.
Gilmara começou a trabalhar na casa no fim do ano passado, após ser indicada por um parente, que fazia serviços de motorista para a a família dos patrões. Ela cozinhava e fazia a limpeza do imóvel.
Há dois meses, um cuidador, contratado pelos filhos do casal de idosos, começou a trabalhar na casa. Michelle conta que ele e sua mãe tiveram desentendimentos:
— Ela contava que ele era uma pessoa difícil, mexia nas coisas dos patrões, reclamava dela para os filhos do casal. Nem os idosos gostavam dele. Minha mãe dizia que parecia que ele tentava prejudicá-la para que ela fosse demitida.