DIREITOS HUMANOS

Ministério da Justiça cria observatório para defender jornalistas e convida filho de Valério Luiz

O colegiado do órgão conta com mais de 30 organizações de todo o Brasil, a exemplo do Instituto Vladimir Herzog, Artigo 19 e Repórteres Sem Fronteiras

O advogado e filho do cronista Valério Luiz de Oliveira, Valério Luiz Filho, vai integrar o Observatório Nacional de Violência contra Jornalistas, criado na última terça-feira (31). O órgão jurisdicionado ao Ministério da Justiça contará com a presidência do advogado Augusto de Arruda Botelho.

O colegiado do órgão conta com mais de 30 organizações de todo o Brasil, a exemplo do Instituto Vladimir Herzog, Artigo 19 e Repórteres Sem Fronteiras. Demais órgãos públicos também possuem cadeiras, tais como o Conselho Nacional de Justiça, o Conselho Nacional do Ministério Público e a Secretaria de Comunicação da Presidência da República. 

No plano internacional, os trabalhos serão acompanhados pela Unesco. Entre as funções do Observatório, está o recebimento de denúncias por canal próprio, o acompanhamento de inquéritos e processos judiciais, bem como a proposição de mudanças legislativas pelo fim da impunidade de crimes contra jornalistas.

Valério Luiz Filho ingressou no Observatório por meio do Instituto Valério Luiz, entidade que atua em território goiano desde 2013 e promove eventos educativos, protestos e litigância estratégica. “Espero poder contribuir no acompanhamento de casos e, principalmente, com propostas de mudanças legislativas. Além do mais, sei da importância de uma união ampla, forte e permanente neste tema, pois os crimes contra jornalistas e comunicadores geralmente são perpetrados por pessoas poderosas, com condições de influenciar autoridades para garantir a impunidade”, destacou o advogado. 

Valério Luiz Filho se refere ao caso do assassinato do seu pai, o jornalista Valério Luiz de Oliveira, executado em 2012, na porta da rádio em que trabalhava. Quatro réus foram levados a Júri Popular e condenados pelo crime em novembro do ano passado. Entre eles, um ex-cartorário e ex-presidente do Atlético Clube Goianiense, condenado na condição de mandante do assassinato. 

Todos os réus, porém, aguardam o julgamento de seus recursos em liberdade. “Dentro de algumas semanas, as apelações dos condenados serão julgadas. Posso garantir que toda a comunidade nacional e internacional estará atenta e clamando por justiça definitiva neste caso, que já se tornou emblemático”, finaliza Valério Filho.