//
O Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) informou que o padre Luiz Augusto Ferreira, de 54 anos, pode ter que devolver até R$ 2 milhões ao estado caso seja comprovado que ele era servidor fantasma da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), onde é funcionário de carreira.
Segundo o promotor de Justiça Fernando Krebs, responsável pelo caso, o valor refere-se ao salário, com juros e correção monetária, que o pároco teria recebido em 20 anos sem trabalhar.
O padre era esperado na tarde desta terça-feira (10/03) para prestar esclarecimentos sobre o caso. No entanto, apesar de ter recebido a notificação, ele não compareceu.
Segundo seu advogado, Tadeu Bastos, Luiz Augusto disse que ele faltou porque tinha uma audiência na justiça já agendada. O defensor afirmou que avisou o promotor e pediu que uma nova data seja marcada.
O promotor Fernando Krebs afirmou que nenhum documento chegou ao seu gabinete. “Ele (o advogado) deve ter protocolado no lugar errado”, disse o promotor, completando que tinha “compromisso com o padre e não com o advogado dele”.
Diante do que ocorreu, Krebs entendeu que não houve colaboração por parte do padre e estuda seguir com o inquérito mesmo sem ouvi-lo.
O MP-GO investiga o padre pelos crimes de improbidade administrativa, enriquecimento ilícito e prevaricação, quando o servidor usa o cargo para obter vantagem.
Servidor da casa desde 1980, o pároco receber R$ 11,8 mil por mês. Segundo a denúncia, ele saiu de licença da Alego quando foi ordenado padre, em 1995. Porém, mesmo assim, continuou a receber os vencimentos.