À luz de velas

Moradores de Campinaçu fazem ceia de Natal no escuro por falta de energia

Ao todo, os moradores ficaram 36 horas sem energia, o que afetou o abastecimento de água da cidade e os postos de combustíveis

Para alguns moradores de Campinaçu, a ceia de Natal teve de ser feita à luz de velas e sem redes sociais (Foto: Reprodução / Guilherme Moralez)

Sem energia elétrica, alguns moradores do município de Campinaçu, na região Norte de Goiás, tiveram de fazer a ceia de Natal à luz de velas este ano. A energia, que caiu na noite da véspera de Natal (24/12), só foi restabelecida na manhã desta quinta-feira (26/12). Quem não tinha gerador de energia, teve de recorrer às velas para conseguir iluminar os ambientes.

Em nota, a Enel Distribuição afirma que trabalha para reestabelecer o todo serviço o mais rápido possível.

Ao todo, os campinaçuenses ficaram 36 horas sem eletricidade. A descontinuidade do serviço afetou o abastecimento de água da cidade e, também, os postos de combustíveis. Para abastecer os veículos, os moradores tiveram de ir às cidades vizinhas. Até às 12h10 desta quinta-feira, o fornecimento de água não havia sido restaurado.

Muitos celulares ficaram sem carga e os cidadãos não conseguiram sequer tirar as tradicionais fotos ao lado de amigos e parentes durante a festividade. Para alguns moradores, como a jovem Íris Aparecida Câmara, o Natal acabou mais cedo.

“Foi muito ruim. Eu queria guardar uma foto junto com meus amigos como lembrança, mas não conseguimos. Como não tinha luz e não tínhamos gerador, tivemos que acender as velas. No final, o natal acabou mais cedo e passamos ele dormindo. Só conseguimos tirar fotos no outro dia de manhã, quando encontramos um vizinho que tinha gerador e conseguimos recarregar a bateria dos celulares”, lembra.

Transtornos recorrentes

Em entrevista concedida ao Mais Goiás, o agente funerário Diego Leal Xavier conta que a energia oscila muito e a descontinuidade do serviço é recorrente no município. Além disso, os eletrodomésticos dos moradores frequentemente ficam danificados com a instabilidade.

“O pior de tudo é que o ressarcimento é burocrático e demorado. Muitas pessoas com quem falei aqui no município vão entrar com ação contra a Enel Distribuição, porque a energia aqui sempre cai. Eu acho que a empresa tem que ser mais rápida pelos clientes, porque é a gente que fica no prejuízo. Por isso que muitos nem tentam o ressarcimento quando os aparelhos queimam”, explica.

Os comerciantes que tinham gerador de energia conseguiram manter as vendas, mas muitos tiveram que fechar as portas e esperar que o problema fosse solucionado. O empresário Rodrigo Cahina, dono de um depósito de gás local, contou ao Mais Goiás que teve muitos prejuízos.

“O maior problema é que não tínhamos como passar as vendas no cartão, ninguém conseguia falar com a gente e os celulares que tinham carga não tinham sinal para contatar. Isso afetou diretamente as minhas vendas e me fez ter muito prejuízo. Amigo meu meu perdeu cerca de 500 litros de leite”, relata.

Sobre a falta de água no município, em nota, a Saneago explicou que a Estação de Tratamento de Água de Campinaçu está sem eletricidade desde a noite da terça-feira (24) e isso está prejudicando o abastecimento no município. O fornecimento será gradualmente normalizado após a retomada da energia.

*Thaynara da Cunha é integrante do programa de estágio do convênio entre Ciee e Mais Goiás, sob orientação de Hugo Oliveira