Moradores de povoado servem lanche à jornalistas e policias que cobrem caso Lázaro
Com informações de Paula Coutinho, direto de Girassol e Edilândia Os moradores do povoado de…
Com informações de Paula Coutinho, direto de Girassol e Edilândia
Os moradores do povoado de Girassol reconhecem o esforço realizado por policiais e, também, pelos jornalistas, que atuam intensamente no caso Lázaro, há dez dias. Nesta sexta-feira (18), eles se juntaram e montaram uma mesa de lanches para atender esses profissionais.
Foram servidos bolo de chocolate, biscoito frito, café e suco. Empresários também doaram lanches. Apesar do cansaço, nem as buscas e nem a cobertura jornalística param.
Ao todo, são dez dias de caçada ao suspeito de matar uma família de quatro pessoas, em Ceilândia, no Distrito Federal. Destes, pelo menos sete dias foram de atuação intensa das polícias do DF e de Goiás na busca por Lázaro Barroso na região do povoado de Edilândia e Girassol, próximos a Cocalzinho de Goiás.
O suspeito, que teria invadido, pelo menos, 11 casas durantes o cerco da polícia, tem sido um desafio às autoridades. Contudo, vidas têm sido preservadas, como dos três reféns na Fazenda da Grota (uma família, sendo uma casal e uma adolescente, que acionou a corporação pelo celular, quando ouviu um barulho), perto do povoado de Edilândia e do Rio das Areias, que foi usado como fuga.
A teoria das autoridades é que o cansaço é maior no suspeito de quádruplo homicídio com múltiplas passagens, do que nos servidores da lei. A população segue com medo, mas esperançosa, de olho em cada nova informação que surge.
E, neste momento, eles ajudam como podem. Seja com denúncias, com lanches ou somente com o apoio. Enquanto isso, a caçada continua.
Mais de 300 homens estão na busca, atualmente, pelo suspeito. São seis helicópteros, 15 drones, uma matilha de 20 cães farejadores, uma unidade de comando móvel e cinco viaturas do corpo de bombeiros.
Décimo dia de buscas
– Quarta-feira (9) – A onda de crimes tem início quando o suspeito invade uma casa em Ceilândia. Lá, ele teria matado o empresário Cláudio Vidal, 48; dois filhos dele, Gustavo Marques, 21; e Carlos Eduardo Vidal, 15; e sequestrado a mãe deles, Cleonice Marques, 43.
– Sexta-feira (11) – Polícia Militar do DF inicia buscas pelo suspeito.
– Sábado (12), à tarde – polícia encontra o corpo de Cleonice Marques. Cadáver estava próximo de um córrego na região de Sol Nascente (DF). Mulher estava nua, de bruços e apresentava cortes na região das nádegas.
– Sábado (12), à noite – Três pessoas são baleadas em uma casa na zona rural de Cocalzinho de Goiás. Suspeito teria forçado vítimas a fazer comida para ele enquanto as obrigava a fazer consumo de drogas. No local, Lázaro supostamente rouba duas armas de fogo e munições.
Feridos estão hospitalizados, dois deles em estado grave.
– Domingo (13), à tarde – Chácara é invadida em Cocalzinho de Goiás. Proprietário encontra imóvel revirado e dá falta do carro, um Corsa vermelho.
– Domingo (13), noite – veículo é abandonado na BR-070, após avistar bloqueio policial próximo à cidade de Edilândia. Suspeito foge à pé, supostamenete para região de mata. Investigadores ainda não confirmaram se responsável por abandonar carro é mesmo Lázaro.
Polícias militar e rodoviária federal destacam 120 policiais para o cerco, que tem auxílio de 3 helicópteros
– Segunda-feira (14), manhã – Mais policiais se juntam à operação de captura. Agora, são 210 agentes da PM-GO, PM-DF e Polícia Federal (PF) que atuam para detectar e prender Lázaro. Secretário de Segurança Pública de Goiás, Rodnei Miranda acompanha os trabalhos in loco.
– Segunda-feira (14), noite – Lázaro pede comida em uma chácara em Edilândia, mas diante da negativa do caseiro atira com uma pistola contra a propriedade. O caseiro, que também estava armado com uma espingarda, revida, fazendo com que o procurado fuja do local correndo a pé.
– Terça-feira (15), tarde – Moradores de uma fazenda em Cocalzinho de Goiás afirma ter avistado Lázaro passando pela propriedade. Desesperados, eles orientam os policiais sobre o caminho que ele seguiu.
– Terça-feira (15), tarde – Três pessoas – uma mulher e duas crianças – foram mantidas reféns de Lázaro Barbosa em uma propriedade rural que fica a 5 km de distância do povoado de Edilândia. Os reféns foram libertados após troca de tiros com a polícia e o suspeito fugiu por um Rio próximo da fazenda.
– Terça-feira (15), noite – Lázaro teria retornado a uma propriedade que invadiu pela manhã em busca de alimentos. O proprietário encontrou a casa revirada e deu falta de produtos alimentícios.
– Terça-feira (15), noite – Secretário de Segurança Pública, Rodney Miranda diz que equipes estão mais perto de capturar Lázaro e que não deixarão o local sem o suspeito.
– Quarta-feira (16), manhã – Secretário de Segurança Pública, Rodney Miranda diz que suspeito não agiu nesta madrugada e que o cansaço será a estratégia para capturá-lo.
– Quinta-feira (17), manhã – A secretaria de Segurança Pública de Goiás informou que 20 policiais da Força Nacional vão auxiliar nas buscas por Lázaro, em Edilândia.
– Quinta-feira (17), manhã – Rodney Miranda, Secretário de Segurança de Goiás, afirmou que Lázaro está mais desgastado e cometendo mais erros.
– Quinta-feira (17), noite– Rodney Miranda, Secretário de Segurança de Goiás, confirmou que Lázaro foi visto pelo menos duas vezes e que houve pelo menos um confronto.
– Sexta-feira (18), manhã – Policiais encontraram uma vela de sete dias na região de mata de Edilândia, povoado de Cocalzinho de Goiás. O objeto, com o nome de Lázaro, foi localizado ainda na noite de quinta.
– Sexta-feira (18), manhã – Mãe de Lázaro fala pela primeira vez e pede ao filho que se entregue. Esposa do suspeito diz que ela e a filha sofrem ameaças e também pede que ele se entregue.
O procurado
A série de crimes atribuída a Lázaro Barbosa, 32, teve início em entre 8 e 9 de abril de 2020, quando ele teria invadido uma propriedade rural de Santo Antônio do Descoberto. Quatro idosos estavam no local. Um deles foi atingido com golpe de machado na cabeça, mas sobreviveu, embora apresente sequelas, segundo a Polícia Civil goiana. Os outros idosos também foram agredidos, com menos gravidade. Lá ele roubou bens e celulares que depois foram recuperados pelos investigadores. À época ele foi indiciado por crime de roubo mediante restrição da liberdade das vítimas, emprego de arma branca e por tentativa de latrocínio.