Moradores do Criméia Oeste reclamam de aparições de escorpiões em residências

Essa semana uma moradora do Setor Crimeia Oeste, região central de Goiânia, levou um susto ao tentar tirar a caminha de sua cachorra da chuva. Ao erguer o objeto, a moradora se deparou com um escorpião. A mulher afirma não ser o primeiro caso do bairro e teme que os animais acabem ferindo crianças e cachorros.

Simone Simon, aposentada, entrou em contato para o Mais Goiás para denunciar uma infestação de aracnídeos na região onde mora. “Eu levei um susto! O que mais me deixou preocupada é que aqui em casa não tem entulho e nem tijolo amontoado. Meu quintal é limpinho! Tirei a caminha da cachorra porque estava chovendo. Quando eu tirei a caminha, ele estava atrás”, conta.

Ao comentar a situação com sua vizinha, que guarda entulho em casa, descobriu que a mulher havia encontrado outros dois. “Na casa dos meu vizinhos tem entulho. Quando eu contei à ela que tinha achado um escorpião aqui em casa, ela me disse que pegou dois no dela essa semana”, conta. De acordo com a aposentada, moradores comentam com frequência sobre encontros com esses animais em um grupo de Whatsapp.

A Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) alega que bairro não está em zona de perigo, mas os moradores devem tomar cuidado.

Região Norte

Em fevereiro deste ano, uma equipe da diretoria de Vigilância em Zoonoses, da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS), capturou 72 escorpiões em uma residência do Conjunto Itatiaia, na região Norte de Goiânia. Na época, moradores do bairro procuraram o Mais Goiás relatando uma invasão dos animais e disseram que a frequência com que os escorpiões apareciam se dava à elevada quantidade de terrenos baldios nas proximidades.

De acordo com dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO), 8.776 casos de acidentes com escorpiões foram registrados entre 2014 e 2017 em todo o estado. Desses, 3.071 ocorreram só em 2017.

Welington Tristão, biólogo e gerente de Controle de Animais Sinantrópicos da Secretaria de Saúde de Goiânia disse ter uma equipe direcionada na região Norte da capital para controlar a aparição dos animais e conscientizar a população. Segundo ele, existem casos de aparições esporádicas pela cidade, mas a maior demanda vem dos residenciais Orlando de Morais e Antônio Carlos Pires.

“Ao todo, quarenta agentes de endemia trabalham nos dois bairros conscientizando os moradores locais. A expectativa é que a gente consiga alcançar os moradores dos 2.800 imóveis e posteriormente abrir o leque até alcançar o setor Itatiaia que também tem grande demanda”, informa.

Segundo o biólogo, a principal fonte de alimento do escorpião é a barata e por isso é tão importante manter sempre o quintal limpo e livre de insetos.

“O escorpião amarelo, espécie que a gente mais encontra nas áreas urbanas, se alimenta de baratas. Elas vêm para as residências por causa do acúmulo de lixo e entulho e os escorpiões vêm atrás delas. Por isso é muito importante que os moradores dedetizem suas casas”, explica.

“Já é a quarta vez que realizamos esta campanha na região desses setores. Eles são bairros novos, ainda estão em construção. Tem muita obra parada e materiais acumulados. Isso atrai muitas baratas e, consequentemente, muitos escorpiões”, explica.

Prevenção

Wellington aconselha os moradores a sempre observar os sapatos e calças antes de usá-los, já que roupas também podem servir de abrigo para os animais. Roupas de cama e mosqueteiro de berços, principalmente os que tocam o chão, também devem ser verificados.

Para ele, também deve se evitar o acúmulo de entulho, como telhas, tijolos e madeira. Também é preciso manter o ambiente residencial limpo, monitorar o acúmulo de lixo e de restos de comida.

Outra dica é tapar o ralo de pias da cozinha e banheiros quando estes não estiverem sendo utilizados.

Caso cidadãos se deparem com o aracnídeo podem contatar a Gerência de Controle de Animais Sinantrópicos da Diretoria de Vigilância em Zoonoses e solicitar uma visita técnica. Os telefones são: (62) 35243131 ou (62) 3254-3125

*Thaynara da Cunha é integrante do programa de estágio do convênio entre Ciee e Mais Goiás, sob orientação de Thaís Lobo