Morre Ângelo Beringhs, importante produtor cultural de Goiânia nos anos 80
Ângelo tinha 76 anos e sofreu morte súbita. Era irmão do jornalista Paulo Beringhs
Foi enterrado neste sábado (19), no cemitério Jardim das Palmeiras, o corpo de Ângelo Santos Beringhs, que morreu na noite de sexta-feira. Além de irmão do jornalista Paulo Beringhs, Ângelo foi um dos mais importantes produtores culturais de Goiânia na década de 1980. Ele sofreu mal súbito e tinha 76 anos.
“A gente se falava todas as noites”, afirma Paulo. “Trocávamos figurinhas e conversávamos sobre a saúde de cada um. Éramos mais do que irmãos. Tínhamos uma relação de memória, construída na época em que trabalhávamos com produção de peças de teatro e shows, em especial no Teatro Goiânia. Um período maravilhoso, que persistiu até os anos 90”.
Paulo diz que o irmão era dotado de aguçado espírito empreendedor e de bom humor. “Quando o Santo gostava de alguém, ele se abria por completo. Os artistas eram apaixonados nele. Foi um cara alegre, bonachão, sempre gostou de festa. Desde que moravámos em Bebedouro, ele fazia os bailinhos de vitrola. Quando ele prestou o tiro de guerra, ele convenceu os dois sargentos a fazer bailes na sede do local, no serviço militar. Tinha muita criatividade. Ele era muito bom em praticamente tudo”.
Ângelo passou os primeiros anos de vida com a família em Bebedouro, no interior de São Paulo. Desde aquela época, a cidade já se destacava na produção de laranjas. Ele outros parentes, como o cunhado Melci Dib, montaram a logística para vender carregamentos da fruta em Goiânia. E foi assim que começou a construir vínculos com a capital de Goiás. A mudança em definitivo viria anos depois.
Ângelo abriu caminho para o irmão Paulo Beringhs, que conheceria Goiânia em 1966. Aqui, Paulo conheceu pessoas da direção da Organização Jaime Câmara e logo foi contratado – o que deu início a uma das carreiras mais bem-sucedidas do jornalismo goiano. A parceria dos dois no meio cultural começaria na década de 80, com um convite de Paulo.
“Eu trabalhava à tarde no caderno 2 do jornal O Popular e à noite na TV Anhanguera. Não tinha tempo para cuidar da minha produtora. Foi então que eu chamei o Santo e a gente criou uma parceria”, lembra o jornalista. Juntos, eles produziram apresentações de artistas famosos, como Bibi Ferreira, Oswaldo Montenegro, Raul Cortêz, Regina Duarte, Elizabeth Savalla, Lima Duarte, Ultraje a Rigor, Christian e Ralf e Leandro e Leonardo.
Paulo lembra que irmão ajudou os humoristas Nilton Pinto e Tom Carvalho a fazer as suas primeiras apresentações no Teatro Goiânia. “Ele era muito competente. Fechava borderôs, divulgava shows, produzia livretos sobre os espetáculos, tudo que fosse preciso. Eu me espelhava nele. Era o meu conselheiro. Enxergava luz onde a gente às vezes não via”.
“Ângelo” e “Santo” eram nomes dados em homenagem aos avós dele. A descendência da família é alemã e italiana – o que, na visão do jornalista – se refletia no comportamento do irmão. “Como bom descendente de italiano, ele era muito generoso nos seus gestos de afeto e de carinho”.
Veja post do jornalista Paulo Beringhs sobre o irmão
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