Dessa vez sai?

Morro da Serrinha, em Goiânia, deve virar Parque com recursos públicos e privados

O morro, que já foi palco de homicídios, é utilizado, atualmente, para rituais religiosos. Também há cerca de 15 famílias que vivem no local

O Morro da Serrinha deve virar parque e construção deve ser feita com recurso da população e empresas de Goiânia. Local está em processo de municipalização. (Foto: Carlos júnior)

O Morro da Serrinha, na região Sul de Goiânia, deve virar parque. A mudança, no entanto, só vai ocorrer após o processo de municipalização do local, que atualmente é gerido pelo Estado. Construção e manutenção devem ser feitas com recursos públicos e privados. Projeto de transformação do lugar já foi elaborado e prevê criação de pista de caminhada, ciclovia e espaço para socialização.

A municipalização foi proposta pelo vereador Cabo Senna (Patriota) em requerimento apresentado na Câmara Municipal e teve parecer favorável da Prefeitura nesta segunda-feira (11). Agora, a proposta segue para os trâmites jurídicos.

Para construir e manter o parque, a ideia é conseguir apoio e recurso da população e de empresas por meio da recém aprovada lei Programa Amigo Verde, que estabelece parcerias entre o Poder Público Municipal e entidades sociais para implantação, reforma e manutenção de parques, por meio de adoção voluntária. Recursos do Estado e do Município também poderão compor o montante destinado às obras. Para definir isso, uma reunião entre as Procuradorias-Gerais do Estado e do Município será agendada para esta semana.

Em nota, a Prefeitura informou que aguarda os trâmites legais do processo para dar início aos trabalhos de urbanização no local, que possui uma área de mais de 100 mil metros quadrados. “Nesta segunda-feira (11), por exemplo, em reunião com representantes da iniciativa privada, do governo estadual e sociedade civil organizada, o prefeito Iris Rezende demonstrou interesse em implantar o Parque Morro da Serrinha e reforçar o titulo de ‘Capital Verde'”, diz trecho.

Projeto

O projeto do parque já foi elaborado pela Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e aguarda apenas os trâmites jurídicos e burocráticos para iniciar a fase de execução. A proposta é criar um local para a prática de exercícios físicos e socialização de moradores, conforme explica o vereador Cabo Senna. A previsão é de que haja uma pista de caminhada, ciclovia e até mesmo um restaurante. “Vai ser um lugar lindo. De lá, as pessoas vão poder ver toda a cidade”, defendeu.

(Foto: Divulgação/Semad)

O morro, que já foi palco de homicídios, é utilizado, atualmente, para rituais religiosos. No local, conforme expõe o político, cerca de 15 famílias vivem no local. “Vamos tirar as invasões, crimes e degradações do local. Lá foi o ponto em que Pedro Ludovico idealizou a capital. Queremos também resgatar a história da cidade e fazer do Morro o mais bonito ponto turístico de Goiânia.”, disse o vereador.

O Mais Goiás tentou contato com a Semad para confirmar a quantidade de famílias que vivem no local atualmente e o futuro delas, mas não obteve sucesso até o fechamento desta matéria.

Briga antiga

A revitalização do local é motivo de uma briga antiga. Em 2014, o procurador Juliano Araújo, do Ministério Público, entrou com ação civil pública para obrigar o Estado a revitalizar e assumir o controle da região. A iniciativa culminou em decisão favorável ao MP em 2017. À época, o Tribunal de Justiça informou que o Estado recorreu da sentença.

Em 2017, foram realizadas audiências públicas onde foram coletadas sugestões para o projeto com frequentadores, moradores e empresas. Entre as “tratativas” mencionadas estão o diálogo com empresas, como Saneago e de telefonia, instaladas no local, que é do Estado, mas que não pagam aluguel. Apesar do imbróglio, o projeto não andou e o local continua em estado de degradação.