Mortes em acidentes com bicicletas aumentam 166% em Goiânia
Conforme a Secretaria de Segurança Pública, Goiânia registrou 8 mortes em acidentes com bicicletas de janeiro a junho de 2021
O número de mortes em acidentes com bicicletas em Goiânia teve um aumento de 166% neste ano em comparação com o ano passado. É o que apontam os dados da Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSPGO), que registrou três vítimas fatais de janeiro a junho de 2020 em acidentes de trânsito envolvendo bikes e oito no mesmo período de 2021.
A SSPGO mostrou também que, ao se levar em conta os registros de 2019, o percentual de óbitos em Goiânia foi ainda maior: foram apenas duas mortes de janeiro a junho de 2019, o que representa um aumento de 300% se comparado às oito mortes registradas em acidentes com bicicletas em 2021.
Já em Goiás, o número de pessoas que morreram em acidentes do tipo teve um aumento de 50% de 2020 para 2021: foram 14 vítimas fatais registradas no ano passado contra 21 neste ano.
Vale destacar que segundo dados de agosto deste ano da Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet), Goiás teve um aumento de 240% nos sinistros envolvendo ciclistas em 2021, em comparação com 2020.
Acidentes com bicicletas: como prevenir
Usar bicicletas para se locomover está associado a uma vida mais saudável, sustentável e divertida. Apenas em 2020 houve um aumento de 50% no número de vendas em todo o Brasil, segundo um levantamento da Associação Brasileira do Setor de Bicicletas (Aliança Bike). No entanto, o aumento da quantidade de óbitos em acidentes que envolvem o veículo de duas rodas preocupa.
Para evitar imprevistos infelizes, Henrique Volpi, CEO da Kakau Seguros, plataforma digital de seguros “liga e desliga”, afirma que manter a bicicleta sinalizada é uma ótima opção para os ciclistas. “Se estiver pedalando à noite, com certeza o uso do farol dianteiro vai ajudar bastante. Tem aquele farol traseiro em led, alguns que você pode posicionar no capacete ou espalhar pela bicicleta, que são bastante interessantes”, pontua.
Ainda conforme Volpi, o fato de o ciclista ter certeza de que o condutor de um carro está ciente de sua presença na via é fundamental. “Outra coisa é chamar a atenção do motorista. Sempre acenar, quando for fazer uma curva, e usar roupas coloridas também são coisas que ajudam bastante”.
Outras dicas do CEO é: sempre usar capacete; escolher a bicicleta do tamanho certo, verificar sempre os freios e não usar fones de ouvido, o que acarreta na distração do ciclista e aumenta as chances de acidente.
Para arquiteto, Goiânia deveria ter o triplo de ciclovias para chegar a patamar ideal
Praticante de ciclismo há 20 anos, o arquiteto e urbanista Alexandre do Prado, 50, considera que a quantidade de ciclovias e ciclofaixas em Goiânia está muito aquém do ideal e que seria necessário o triplo desse tipo de pista para oferecer uma maior segurança aos ciclistas da cidade.
Para Prado, há necessidade de mudanças de ambos os lados – tanto no praticante de ciclismo quanto na infraestrutura urbana. “O ciclista, como o pedestre e o motorista, precisa de educação no trânsito. Muita gente pedala sem noções [de trânsito]. Já vi muito ciclista furando sinal, por exemplo”, pontua.
Ao mesmo tempo, o urbanista defende que enquanto a bicicleta não passar a ser vista como um modal de transporte por parte do poder público, não haverá o investimento necessário.