Audiência de instrução

Homem confessou assassinato de ex-mulher grávida a motorista de aplicativo, em Goiânia

Durante audiência de custódia, motorista disse que Aginaldo Veríssimo Cuelho confessou ter matado Denise da Silva na capital

O motorista Aginaldo Veríssimo Cuelho, de 50 anos, denunciado pela morte da esposa grávida, foi ouvido durante uma audiência de instrução, nesta segunda-feira (30), no Fórum Criminal, em Goiânia. Além do suspeito, foram ouvidas também quatro testemunhas de acusação e duas de defesa. Durante os depoimentos, um motorista de aplicativo afirmou que Aginaldo teria confessado ter matado a esposa.

A vítima, Denise da Silva, de 34 anos, estava no condomínio onde morava, quando foi assassinada por um tiro, no dia 4 de junho. Na ocasião, o casal discutiu e a mulher foi baleada no local. O acusado foi preso no mesmo dia e confessou o crime à Polícia Civil.

No depoimento, umas das testemunhas de acusação, o motorista de aplicativo, explicou que no dia do crime, ele foi acionado pelo aplicativo para levar Aginaldo até a Rodoviária de Goiânia. Contudo, ao chegar no local, o acusado pediu para que ele fizesse uma corrida particular até a Rodoviária de Anápolis. No caminho até a cidade, que fica a 60 quilômetros de Goiânia, o motorista disse que Aginaldo havia comentado com ele que havia matado a ex-mulher na capital. Ele relata também, que após o desembarque de Aginaldo, ele recebeu uma ligação da Polícia Civil perguntando onde ele havia deixado o acusado do crime.

Durante a audiência, vizinhos da vítima também foram ouvidos e relataram que Denise sempre era ameaçada pelo ex-marido. Eles afirmaram que, no dia do fato, Aginaldo e Denise começaram uma discussão, momento em que ele desferiu um tiro na nuca da vítima. Eles avaliaram o motorista como frio e calculista por ter matado uma mulher honesta sem que a mesma pudesse se defender.

As testemunhas de defesa, filho e nora do acusado, afirmaram que a vítima estava traindo Aginaldo e, que, inclusive tinham prints de conversas entre ela e outros homens. Na oportunidade, as testemunhas disseram que, no dia do crime, eles foram juntos com o acusado até um clube da cidade, quando passaram a ingerir bebida alcoólica.

Aginaldo confessou o crime, no entanto, alegou que o disparo ocorreu de forma acidental. Na ocasião, ele contou que conheceu Denise em São Paulo, porém, após o convício entre ambos, ela passou a não aceitar os filhos dele.

Acusação

De acordo com o promotor de Justiça, Aguinaldo Bezerra de Lima Tocantins, as provas dos autos são robustas para condenar o motorista pelo crime de homicídio. “As provas atestam que o crime de feminicídio da ex-companheira na frente do filho dificultou a defesa da vítima”, pontuou. Além disso, o representante do MPGO frisou que o acusado tratava a vítima com violência, inclusive com ocorrências registradas na Polícia.

De acordo com o juiz Coelho de Alcântara, após a inquirição do acusado e das testemunhas, o Ministério Público e a assistência de acusação e de defesa têm 20 dias para apresentar seus memoriais para que após isso seja decidido se o acusado será pronunciado e levado a júri popular. Enquanto isso, o acusado continuará preso no Centro de Custódia, em Aparecida de Goiânia.