Motorista de aplicativo é preso suspeito de estuprar passageira em Goiânia
Estudante estaria bêbada quando foi atacada e ficou por mais de três horas no carro com o condutor. Após a violência, vítima foi abandonada no meio da rua
Um motorista de aplicativo de 41 anos foi preso preventivamente suspeito de ter estuprado, na madrugada da última sexta-feira (11), em Goiânia, uma estudante de 22 anos. Segundo a polícia, o homem ficou mais de três horas com a vítima dentro do veículo e, após a violência sexual, deixou a mulher sozinha, no meio da rua.
Na tarde da última sexta-feira (11) a estudante, muito abalada e com marcas pelo corpo, procurou a Delegacia de Defesa da Mulher de Goiânia (Deam), e relatou ter sido estuprada. Para a delegada Ana Elisa Borges, titular da Deam, a jovem contou que estava em uma festa na casa de amigos, no Setor Marista, quando uma amiga, percebeu que ela havia bebido demais e solicitou uma corrida por meio de um aplicativo.
“Uma amiga da vítima foi quem acionou a corrida por volta de 1h30 e quando o motorista chegou ainda pediu que ele tivesse cuidado com a estudante no trajeto, pois ela havia bebido muito, e precisava chegar logo em casa. O motorista, porém, ficou com ela até 4h30 dentro do veículo, e após a violência, a deixou perto da casa dela, mas sozinha, no meio da rua”, relatou.
Quando foi preso no sábado (12), o suspeito ficou calado durante o interrogatório. “É certo que em juízo a defesa dele irá alegar que a relação foi consensual, mas isso não tem o menor cabimento, uma vez que, quando foi colocada dentro do carro pela amiga, a estudante estava praticamente desfalecida”, concluiu a titular da Deam.
Além de trabalhar como motorista para dois aplicativos há menos seis meses, o suspeito, segundo a Polícia Civil, é coordenador de um órgão de assistência social em Aparecida de Goiânia que trabalha com assistência a pessoas em situação de vulnerabilidade social. Ele foi indiciado por estupro, crime que tem pena prevista de até 30 anos de reclusão.
Exonerado
A Secretaria de Assistência Social de Aparecida de Goiânia informou por meio de nota, que “desde que ficou sabendo da denúncia e da prisão do suspeito R.V.S., retirou-o imediatamente da coordenação do Centro De Referência De Assistência Social Nova Cidade (Cras), e o exonerou do cargo em comissão que ocupava desde maio de 2017”.
Em nota, a Uber lamentou o crime, e informou que nenhum comportamento criminoso é tolerado e o motorista foi banido do aplicativo.
“A Uber repudia qualquer tipo de comportamento abusivo contra mulheres e acredita na importância de combater, coibir e denunciar casos de assédio e violência. Nenhuma viagem com a plataforma é anônima e todas são registradas por GPS. Isso permite que, em caso de necessidade, nossa equipe especializada possa dar suporte às autoridades, sabendo quem foi o motorista parceiro e o usuário, seus históricos e qual o trajeto realizado, além de acionar seguro que cobre despesas médicas em caso de incidentes”.
A empresa alega que está à disposição para colaborar com as autoridades no curso da investigação ou de processos judiciais, nos termos da lei, e “defende que as mulheres têm o direito de ir e vir da maneira que quiserem e têm o direito de fazer isso em um ambiente seguro”.