ATROPELAMENTO

Motorista de Mercedes que matou vigilante atropelado foi filmado antes do crime em posto de combustíveis; testemunhas afirmam que ele bebeu

Testemunhas afirmaram à Polícia Civil que o condutor esteve em vários lugares antes do acidente

Mercedes que era dirigida por Antônio Scelzi (Foto: Reprodução)

Um vídeo mostra o motorista Antônio Scelzi Neto, de 25 anos, em um posto de combustíveis de Goiânia antes de atropelar e causar a mote do vigilante Clenilton Lemes Correia, na GO-020, na capital.

Testemunhas afirmaram à Polícia Civil que o condutor esteve em vários lugares antes do acidente. Nas imagens, Antônio está de camisa preta e passa ao fundo do vídeo acompanhado de outro homem.

Em entrevista coletiva na tarde de quarta-feira (12), a delegada responsável pelo caso, Ana Cláudia Stoffel, contou que testemunhas afirmaram que Antônio Neto bebeu por várias vezes antes de assumir a direção. Um laudo do Instituto Médico Legal (IML) também apontou álcool no sangue do condutor na data do fato.

“Em alguns (locais) temos as comandas de consumo. Em outros locais temos as imagens dele ingerindo bebida alcóolica”, disse a delegada.

A investigadora informou que, primeiro, Antônio esteve em dois bares de um shopping em Goiânia. Depois foi ao posto de combustíveis (onde foi filmado). Em seguida, foi para um pub junto com um amigo e, por último, passou em uma lanchonete antes de seguir para casa. No caminho, acabou atingindo Clenilton, que seguia para o trabalho.

A investigadora ainda contou que o amigo que estava junto com Antônio pediu para que ele parasse e prestasse socorro à vítima, mas ele não conseguiu.

“Ele (amigo) disse que não viu o motociclista e acredita que Antônio também não tenha visto. Mas que, após o ponto de impacto, ele pediu apara Antônio parar, o Antônio não conseguiu, chorou muito, seguiu e foi para casa, por isso não prestou socorro”, finalizou a delegada.

Prisão

O acidente aconteceu no sábado (8), e Antônio Neto chegou a ser preso em flagrante no domingo (9), no Jardim Guanabara. Ele teve a prisão convertida em preventiva, mas um desembargador revogou a prisão e ele responde em liberdade.

Em nota, a defesa informou que a prisão preventiva viola o Código de Processo Penal e que não há autorização legal a prisão cautelar em delitos de natureza culposa (como é o caso). Disse ainda que o investigado contribuiu e estará sempre à disposição da Polícia Civil e do Poder Judiciário para contribuir para a elucidação dos fatos (íntegra abaixo).

Leia a defesa do motorista

A defesa do Sr. Antônio Scelzi Netto, informa que já realizou contato com a empresa em que a vítima trabalhava no intuito de prestar toda solidariedade e auxílio necessário.

Quanto a situação processual do investigado, a conversão da prisão em preventiva, viola o Código de Processo Penal Brasileiro, uma vez que em regra, não há autorização legal a prisão cautelar em delitos de natureza culposa (como é o caso), dessa forma, a decisão é flagrantemente ilegal o que desafia sua impugnação através dos instrumentos processuais adequados.

Reforça-se ainda que o investigado desde a lavratura do auto de prisão em flagrante, contribuiu e estará sempre à disposição da Polícia Civil e do Poder Judiciário para contribuir para a elucidação dos fatos.