Insatisfação

Motoristas da Uber paralisam atividades em Goiânia

Cerca de 200 motoristas da Uber paralisaram suas atividades nesta sexta-feira (10) em Goiânia como…

Cerca de 200 motoristas da Uber paralisaram suas atividades nesta sexta-feira (10) em Goiânia como protesto pela falta de segurança para a categoria e pela redução para 15% da tarifa cobrada pela empresa. Atualmente, a companhia retém 25% dos valores adquiridos pelos motoristas durante as viagens.

Um motorista do aplicativo, que não quis ser identificado por medo de represálias, conta que o movimento faria uma carreata ainda nesta sexta, mas o plano foi cancelado. “Nós estamos parados aqui no Cepal do Jardim América e passaríamos pelo escritório da Uber, na Avenida 136, e de lá iríamos para o [Estádio] Serra Dourada, mas por orientação da Polícia Militar e da SMT [Secretaria Municipal de Trânsito], resolvemos não fazer sem autorização e vamos marcar para outro dia”, afirmou.

Conforme o motorista, há entre 150 a 200 motoristas parados no Cepal, no Setor Sul, enquanto outros cerca de 70 estão na Avenida 136, no Setor Marista. O movimento se formou por meio de grupos de WhatsApp, onde os profissionais indignados com a atual situação do serviço começaram a se mobilizar.

Até mesmo o crescimento da Uber estaria prejudicando a categoria. “Com esse tanto de motorista, o faturamento caiu uns 60%”, reclama um deles. “Antigamente eu fazia R$ 230, R$ 240 por dia, trabalhando dez horas. Hoje tem que trabalhar duas horas a mais para fazer R$ 240, e tem dia que nem assim”, afirma.

Para contornar a solução, os motoristas querem que a Uber reduza sua participação nos ganhos das corridas de 25% para 15%. Além disso, a empresa passou a adotar em janeiro deste mês uma cobrança fixa dos clientes no valor de R$ 0,75 por corrida, que seria revertido para “apoiar iniciativas de seguranças dos motoristas parceiros e usuários”.

“Não fizeram nada. A coisa está muito ruim, está muito perigoso”, critica o motorista. Segundo ele, os grupos de WhatsApp recebem a cada dia ao menos uma notícia de crime cometido contra colegas. “Tem muito assalto e até sequestro já teve”, declara.

Os integrantes do movimento prometem que neste sábado (11) os serviços estarão funcionando normalmente, mas uma nova manifestação, com autorização da PM e da SMT, deve acontecer na próxima semana, em data ainda não definida.

Por nota enviada ao Mais Goiás, a Uber lamentou que os motoristas sejam vítimas de violência e afirmou trabalhar constantemente na implementação de novas camadas de tecnologia que promovam a confiabilidade da plataforma. Confira na íntegra:

Desde que a Uber começou a aceitar pagamento em dinheiro, milhares de pessoas puderam usar o app pela primeira vez – o que nos ajuda a cumprir a nossa missão de viabilizar acesso a transporte confiável para mais gente em mais lugares. A Uber trabalha com as autoridades para colaborar em investigações e lamenta profundamente que motoristas parceiros sejam alvo de violência urbana. Além disso, trabalhamos constantemente para implementar novas camadas de tecnologia que promovam a confiabilidade da plataforma. Os motoristas parceiros são clientes da Uber e pagam para utilizar o aplicativo uma taxa de serviços de 25% (uberX) ou 20% (UberBlack) em relação às viagens realizadas e usam a plataforma de forma independente, autônoma e não-exclusiva – ou seja, podem trabalhar usando ou não a plataforma.