Motoristas de aplicativo bloqueiam BR-153 contra tarifas e alta dos combustíveis em Goiânia
O grupo de cerca de 30 motoristas queimou pneus na via e, assim, bloqueou trânsito e a visão de motoristas
Motoristas de aplicativo realizaram um bloqueio no perímetro urbano da BR-153, em Goiânia, na manhã desta quarta-feira (3). Manifestantes protestavam contra tarifas e a alta dos combustíveis, nas proximidades do Paço Municipal. O trecho ficou fechado para o tráfego entre os bairros Alto da Glória e Jardim Goiás.
O grupo de cerca de 30 motoristas queimou pneus na via e, assim, bloqueou trânsito e visão de motoristas que seguiam sentido Aparecida de Goiânia. Porém, agentes da Polícia Rodoviária Federal dispersaram o movimento.
Socorristas da concessionária Triunfo Concebra removeram os pneus e o fluxo de veículos foi parcialmente restaurado. O trânsito está lento no local. O Corpo de Bombeiros também esteve na rodovia para conter as chamas nos pneus.
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Alta dos combustíveis: reivindicações de motoristas de aplicativo
Ao Mais Goiás, o motorista de aplicativo André Negreiro, de 28 anos, explicou que quando o serviço surgiu em Goiás, houve um acordo com as autoridades acerca de uma tarifa por quilometragem rodada. Assim, a atividade passava a ser regularizada. No entanto, as tarifas não estão sendo atualizadas conforme as mudanças de valor dos combustíveis ou a partir das regras do próprio aplicativo.
Segundo André, como consequência disso, os trabalhadores acabam ‘pagando para trabalhar’. Isso porque, eles não recebem um “valor justo” pelas corridas, além de arcarem com o alto valor dos combustíveis.
“A gente quer uma regulamentação que limite o quanto a plataforma pode descontar dos nossos ganhos com as corridas. Hoje, eles descontam como querem. Às vezes eles ficam com metade do valor obtido em uma corrida de R$ 40, por exemplo”, lamenta o manifestante.
“Querem ser nossos sócios, mas não existe nenhum tipo de seguro. A segurança? Não tem nenhuma! Inclusive, eles estão tirando dos motoristas o direito de saber para onde o passageiro quer ir. Ou seja, se alguém quiser me levar para um matagal, pode fazer o que quiser e eu nem vou saber pra onde estava indo”, disse André.
O motorista ainda afirma que o grupo não é o único que sofre com o problema. Motivo disso, é porque as empresas de corridas particulares também estão cobrando um valor alto pelas viagens, conhecido como ‘valor de dinâmica’.
Nestes casos, os passageiros pagam o valor até três vezes maior do que o normal estabelecido. Porém, os condutores não recebem quase nada desse dinheiro.
*Larissa Feitosa compõe programa de estágio do Mais Goiás sob supervisão de Hugo Oliveira.